01/03/11 10h43

Fapesp faz convênio com laboratório

Folha de S. Paulo

O laboratório Biolab e a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) firmaram parceria para o financiamento de pesquisas farmacêuticas em universidades. É a primeira parceria da Fapesp com um laboratório para a produção de medicamentos e faz parte de um programa de promoção de laços entre instituições acadêmicas e empresas, o Pite (Pesquisa em Parceria para Inovação Tecnológica). Em três anos, a fundação paulista e a Biolab investirão juntas US$ 2,9 milhões (metade cada uma) em pesquisas.

"O setor farmacêutico é estratégico, e as companhias brasileiras ainda têm uma dimensão pequena se comparada às estrangeiras", diz Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da Fapesp. "Por isso é fundamental o poder público contribuir para pesquisas nesse setor." A chamada pública para os cientistas apresentarem projetos começa hoje e vai até 10 de junho. Não há restrição de temas, mas a Biolab deve dar ênfase a pesquisas nas áreas de oncologia, antibióticos, diabetes, infecções, cardiologia, entre outras.

"Estamos abertos a qualquer projeto interessante e com potencial para ser transformado em medicamento", diz Dante Alário Júnior, cientista chefe e sócio da Biolab. O Pite foi criado em 1995, mas só deslanchou no ano passado. Até 2009, foram firmados, em média, 8,4 convênios ao ano. Em 2010 foram 43. Quase 25% do total investido desde 2001 foi realizado no ano passado. Foram US$ 27,3 milhões (metade paga pela Fapesp e metade por empresas), de um total de US$ 117,1 milhões. Para 2011, a Fapesp está disposta a desembolsar até US$ 23,5 milhões, elevando, com a contrapartida das empresas, a US$ 47,1 milhões o investimento.

A Biolab é um dos laboratórios nacionais que mais investem em pesquisa: 7% do faturamento, de US$ 346,6 milhões em 2010. Neste ano, a empresa inicia a construção de um novo centro de pesquisa, em Taboão da Serra (Grande SP), um investimento de US$ 29,4 milhões em dois anos. O centro terá 5.000 m2. O atual tem 1.500 m2. A empresa já financia pesquisas com universidades e realiza outras por conta própria. Uma dessas pesquisas, com nanotecnologia, gerou um protetor solar fator 100, o Photoprot 100. Outros 12 produtos devem chegar às farmácias até 2011 -dez são frutos de pesquisa própria. Dentre eles, um remédio para asma derivado de toxina de taturana.