29/02/16 14h41

FAPESP e NIH vão apoiar pesquisas em saúde

Agência FAPESP

A FAPESP e os National Institutes of Health (NIH), dos Estados Unidos, lançaram conjuntamente editais para apoiar pesquisas colaborativas na área da saúde.

Participam da iniciativa 22 dos 27 institutos que compõem o NIH (veja a relação em: fapesp.br/en/10025), com atuação em áreas como câncer, diabetes, alergias, desordens neurológicas, doenças infecciosas, saúde mental, oftalmologia, dependência química, enfermagem, envelhecimento, entre outras.

“O NIH tem o prazer de entrar nesta parceria única com a FAPESP, uma das organizações de financiamento da ciência mais inovadoras da América Latina”, disse Francis S. Collins, diretor do NIH. “Acreditamos que este acordo poderia ser um modelo para expandir a colaboração na investigação internacional e acelerar a descoberta científica”, acrescentou.

Os editais lançados paralelamente pela FAPESP (fapesp.br/10025) e pelo NIH (http://grants.nih.gov/grants/guide/notice-files/NOT-TW-16-001.html) visam apoiar pesquisas de mútuo interesse nos temas de especialização de cada um dos institutos participantes. Os projetos deverão incluir ao menos um pesquisador sediado no Estado de São Paulo e um norte-americano, podendo contar com a participação de cientistas de outros lugares.

“É uma nova parceria de financiamento que incentiva a colaboração em praticamente qualquer área da ciência da saúde”, disse Roger I. Glass, diretor do Fogarty International Center, um dos principais institutos vinculados ao NIH.

“Por meio desse acordo podemos financiar conjuntamente os melhores projetos de pesquisa em áreas de mútuo interesse, incluindo estudos sobre o vírus Zika, que é uma prioridade urgente para todos nós”, disse à Agência FAPESP.

Para Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP, o acordo abre para a comunidade de pesquisa paulista uma “avenida de oportunidades” para colaboração em pesquisa em temas das ciências da saúde.

“O NIH tem enorme capacidade de mobilização de pesquisadores e aqui em São Paulo temos uma comunidade muito qualificada e desejosa de oportunidades como esta”, avaliou.

Três ciclos anuais

Diferentemente de outras iniciativas do tipo, que em geral têm um único prazo para a submissão de projetos, neste caso foi adotado um modelo de fluxo contínuo. Os projetos podem ser submetidos em três ciclos anuais durante todo o período de vigência do acordo firmado entre as duas instituições – inicialmente válido até dezembro de 2019, podendo ser prorrogado por mais cinco anos. O primeiro ciclo de 2016 terminou em 5 de fevereiro. Os próximos terão como data-limite 5 de junho e 5 de outubro.

As propostas devem ser submetidas diretamente ao NIH e o tempo médio de análise é de aproximadamente nove meses. “Pelo menos quatro semanas antes de submeter o projeto ao NIH, os interessados em participar no Estado de São Paulo devem enviar um resumo da proposta à FAPESP e solicitar uma carta de elegibilidade”, explicou Simone Godoi, gerente de Área Científica – Ciências da Saúde da FAPESP.

A solicitação deve ser feita pelo e-mail [email protected]. Segundo Godoi, será avaliado o histórico acadêmico do proponente e considerados fatores como número de artigos publicados, orientações acadêmicas e colaborações com pesquisadores do exterior.

Para cada proposta selecionada – não há um número limite –, o NIH assumirá o financiamento dos pesquisadores nos Estados Unidos e a FAPESP assumirá o financiamento dos grupos de pesquisa no Estado de São Paulo.

O apoio da FAPESP será nos moldes do Auxílio à Pesquisa – Projeto Temático. No NIH será adotado o modelo R01.

Histórico

Em 2013, a FAPESP e o Fogarty International Center firmaram um acordo de cooperação científica. O foco, na ocasião, foi o estudo de moléculas bioativas, peptídeos e vias metabólicas provenientes de plantas, organismos marinhos e microrganismos para identificar candidatos potenciais para o desenvolvimento de medicamentos e formar uma base científica para o uso sustentável e a conservação da biodiversidade.

No mesmo ano, foi lançada uma chamada de proposta conjunta, que selecionou o projeto “Novos agentes terapêuticos obtidos de bactérias simbiontes de invertebrados brasileiros”, coordenado por Mônica Tallarico Pupo, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da Universidade de São Paulo (USP), e Jon Clardy, da Harvard University, Estados Unidos.

Em 2014, um memorando de entendimento foi firmado entre a FAPESP e o NIH para apoiar propostas conjuntas de pesquisa em todas as áreas das missões dos centros e institutos do NIH participantes das chamadas.