22/06/10 11h35

Família Sabó monta WWI e tem planos de investir US$ 1,28 bi

Valor Econômico

A negociação de um imóvel tradicional e emblemático de São Paulo - a área do ex-Hospital Umberto Primo - e, principalmente, a veiculação na mídia sobre a compra, colocou os sócios da novata WWI em uma situação completamente nova e atropelou os planos de divulgação da companhia. Mas essa é apenas uma parte, até pequena, do montante de investimentos que a recém-criada empresa tem previsto. A companhia nasceu com R$ 2,3 bilhões (US$ 1,28 bilhão) para investir, perto de R$ 1 bilhão (US$ 556 milhões) na área imobiliária e o restante dividido entre biomassa, biocombustível, energia de resíduos e florestas.

Ainda desconhecido, o grupo WWI (World Wide Investments) é quem está por trás da compra do terreno do hospital criado pela comunidade italiana - em uma transação estimada pelo setor imobiliário em cerca de R$ 200 milhões (US$ 111 milhões). Com capital próprio e de investidores nacionais - de acordo com a companhia, a PUC não participa do negócio como compradora, como chegou a ser divulgado - está em fase adiantada da aquisição do imóvel, que pertence à Previ desde 1996 e ocupa um espaço nobre e valorizado de São Paulo, perto da avenida Paulista. De acordo com Marco Versiani, fundador e presidente da companhia, a PUC assinou memorando de entendimentos e será inquilina do espaço. "Se não for a PUC, será outra instituição", diz.

A WWI não confirma o valor, mas não economizou na proposta enviada à Previ. O projeto foi elaborado pelo badalado designer francês Philippe Starck e prevê a preservação do estilo neoclássico, com um centro médico (hospital-dia), consultórios, escritórios e lojas - além de um espaço dedicado a uma instituição de ensino. A diligência do tombamento foi feita pelo escritório Pinheiro Neto. Se a compra for aprovada, as obras devem começar entre seis e oito meses.

A WWI tem dois focos paralelos - aparentemente sem qualquer tipo de ligação: imobiliário e energia alternativa. Na área imobiliária, a empresa irá fazer um shopping na Marginal Tietê, no bairro da Casa Verde, com 27 mil metros de área bruta locável e duas torres comerciais de 12 mil m2 cada. A WWI tem, ainda, a previsão de construir um centro logístico em Uberlândia, além de dois projetos de resort com condomínio de casas no Rio e no Ceará. Outro negócio na área imobiliária, mas com viés financeiro, é a criação do site financiamento.com.br - domínio comprado por Versiani no fim dos anos 90. A WWI está fechando parceria com os grandes bancos de varejo. A ideia é fazer uma análise prévia do crédito de pessoas físicas. Para confirmar as informações do interessado em tomar o crédito, a WWI irá confirmar as informações com o Banco Central e o banco da pessoa. O executivo aposta na legião de trabalhadores sem renda comprovada.

Na área de energia, a WWI está com projeto de construir quatro fábricas no Rio Grande do Sul de pellets de madeira (resto do eucalipto usado para confecção de papel e móveis) para exportação - o produto é usado para aquecimento residencial na Europa. Também investe em biocombustível, feito a partir de soja e sebo animal na mesma fábrica, de acordo com o preço da matéria-prima. E o foco do negócio com tantas áreas de atuação diferentes? "As especialidades dos sócios estão voltadas para os dois negócios fundamentais", responde. "Os investidores de energia não são os mesmos de real estate", diz Versiani.