22/04/08 14h23

Fabricantes prevêem vendas de US$ 611,4 mi

DCI - 22/04/2008

Com a continuidade do trabalho de controle das importações irregulares e da pirataria, a indústria de brinquedos prevê faturar R$ 1,07 bilhão (US$ 611,4 milhões) este ano, crescimento de 7% em relação ao ano passado. Neste cenário, as empresas estão otimistas com os negócios e prometem lançar cerca de 1.200 brinquedos a partir de hoje na 25ª edição da Abrin, feira de brinquedos voltada a varejistas, distribuidores e profissionais do setor. Nos últimos anos, praticamente todas as fábricas de brinquedos da América Latina fecharam, vencidas pela concorrência da China, que atualmente domina mais de 70% do mercado mundial de brinquedos. No México, as maquiladoras americanas instaladas naquele país na metade da década de 90 foram embora, atrás de mão-de-obra ainda mais barata. "O Brasil é o último lugar nesta parte [Américas] do mundo que ainda produz brinquedos", afirmou Synésio Batista da Costa, presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq). De acordo com Batista, um dos grandes motivos do sucesso nacional é a atuação da Receita Federal, que comprou a briga contra o contrabando e as importações irregulares. "Nunca a Receita Federal foi tão parceira do setor industrial", destacou o executivo; no ano passado foram confiscados 536 contêineres repletos de brinquedos contrabandeados. Na mesma linha, Aires Leal Fernandes, diretor de Marketing da Estrela, aprova o trabalho da Receita, mas afirma que não se podem desconsiderar a capacidade produtiva e a competitividade dos fabricantes de brinquedos da China. Segundo ele, a China, considerada uma ameaça para muitas indústrias de brinquedos, transformou-se de rival a aliada da empresa. Em 2007, a companhia importou cerca de 40% da produção, sendo mais de 90% das compras provenientes do gigante asiático. Este ano, a proporção entre fabricação e importação deve ficar em 50%. A Estrela prevê incrementar suas vendas em 40% este ano, com um faturamento de R$ 140 milhões (US$ 80 milhões). Neste cenário, a empresa pretende lançar o recorde de 286 novidades no mercado e investir mais de R$ 15 milhões (US$ 8,6 milhões) no marketing e no desenvolvimento de novos produtos. "Nossas linhas de produtos estão bastante completas e diversificadas. Baseados em três pilares - preço competitivo, força da coleção e investimento em propaganda -, acreditamos que 2008 será um ano de grande sucesso para nós", concluiu Fernandes. A empresa trabalha hoje com duas fábricas, uma em Itapira (SP) e uma em Três Pontas (MG).