Fabricantes miram o foco em produtos para uso civil
Valor Econômico - 14/11/2006
Para sobreviverem à retração da área de defesa e segurança no Brasil, agravada nos anos 80, as empresas do setor estão fazendo mudanças expressivas em seus negócios. Além de produzirem material bélico (foguetes, mísseis e armas), ampliaram seu portifólio com produtos de uso civil, que vão desde antenas e autopeças até capacetes para motociclistas. A estratégia é uma forma de reduzir a dependência que tinham das Forças Armadas do país - que reduziram seus gastos e aumentaram as importações - e de compensar a redução das exportações, afetadas pela concorrência de países como Estados Unidos e Rússia. Uma das empresas mais antigas do setor, a Avibras é um ícone da indústria bélica que sobreviveu à crise com a diversificação de seus produtos. Fundada em São José dos Campos (SP) em 1961, entrou com mais vigor na área militar com a produção de foguetes e sistemas de artilharia. Nos anos 80, quando o orçamento para a área começou a cair, a Avibras passou a aplicar sua tecnologia em equipamentos para telecomunicações, peças para a indústria automotiva e eletroeletrônica, além de veículos especiais e para transporte de valores. O objetivo era dividir o faturamento ao meio entre as áreas civil e militar. Com sua fábrica de capacetes militares quase parada em Mauá (SP), a Inbra tem concentrado seus negócios em produtos blindados, especialmente veículos civis. A fábrica de capacetes fabrica atualmente 4 a 6 mil ao ano. A Inbra entrou na área de segurança em 1994 para fabricar capacetes projetados pelo exército.