19/05/10 10h53

Fabricantes de metais de cozinha miram classe C

Valor Econômico

Impulsionados pelo avanço na demanda das classes B e C por novos imóveis, fabricantes de metais de cozinha e sanitários estão direcionando investimentos para esse público. Empresas que tradicionalmente têm foco no consumidor de alta renda, como Deca e Docol já lançaram linhas voltadas à nova classe média. Fabrimar e Lorenzetti ampliaram a oferta de produtos com preços mais populares. A Fabrimar, que já lançou a linha Giro, voltada só para a classe C, com custo até 35% menor que suas linhas tradicionais, agora coloca no mercado novos modelos. Batizada de Eixo, a nova linha será ainda 10% mais barata. José Fernando Caleiro, diretor-comercial da empresa, conta que, ao todo, serão investidos R$ 10 milhões (US$ 5,7 milhões) em 2010 para expandir sua produção.

O novo foco faz Caleiro prever que a companhia terá uma expansão de 15% em 2010. No ano passado, o crescimento foi de apenas 1%. Para atingir a meta, a Fabrimar investe no relacionamento com as construtoras. Para competir com o que Caleiro chama de invasão chinesa, a Fabrimar aposta na garantia e na assistência técnica. "Vamos reforçar que nosso produto tem uma garantia de 10 anos e mais, que os clientes podem chamar nossos técnicos para resolver problemas", conta.

A Lorenzetti, que entrou no mercado de metais há sete anos, dobrou sua produção desde 2004. No ano passado, cresceu 12% no segmento e espera chegar a 18% em 2010. A estratégia é investir nas pequenas lojas de bairro, onde está esse novo público. "Começamos vendendo nas grandes redes. Mas aumentamos o foco nas pequenas. A ideia é aproveitar ao máximo a capilaridade que já temos com outros produtos", explica Eduardo Coli, vice-presidente da Lorenzetti. Os produtos da empresa no segmento têm preços entre R$ 40 (US$ 23) e R$ 70 (US$ 40). "Vamos brigar por espaço nessas classes [B e C], que vêm mostrando um grande crescimento de venda", afirma Coli. "Temos canais de entrega em todos os Estados. Estamos no Acre, no Amazonas e também no Rio Grande do Sul."

Tradicionalmente focada em produtos de alto padrão, a Deca vem ampliando seu portfólio na linha média. Segundo Flavio Soares, diretor de marketing da empresa, de início essa categoria foi criada para atingir uma necessidade do público de maior renda: metais mais baratos que pudessem ser usados em dependências e áreas livres, como jardim e garagem. No entanto, a linha acabou atingindo também o público da classe C. "Além disso, não é porque a renda é menor que o consumidor vai deixar de querer qualidade", afirma, citando a válvula Hydra que, segundo ele, está em lares das mais variadas classes sociais.

Já a Docol, também voltada para a alta renda, lançou uma linha para o mercado médio, a Pertutti, com design menos sofisticado. "A ideia é atingir todas as faixas da população", diz Guilherme Dertani, diretor-comercial da companhia. A empresa, que espera avançar também no alto padrão, prevê uma receita 12% maior em 2010. Em 2009, o crescimento foi de 2%. Hoje o mercado de metais tem aproximadamente 200 empresas atuando no país. As maiores são Deca, Docol e Fabrimar.