14/05/08 10h41

Fabricantes alemães refazem planos para o Brasil

Valor Econômico - 14/05/2008

Os produtores alemães de bens de capital estão aumentando suas apostas no Brasil. O aquecimento do mercado interno, aliado à depreciação do dólar e a renovação do parque industrial permeiam estimativas de vendas até 50% maiores neste ano no país, além de novos investimentos. E ao contrário do que ocorre com as importações de origem chinesa, tidas como vilãs por empresários brasileiros, os equipamentos da Alemanha são bem vindos. Não é de hoje que a Alemanha figura entre os principais fornecedores de máquinas ao Brasil, mas a demanda por tecnologia de ponta tem despertado mais o interesse dos europeus pelo mercado nacional. "Os fabricantes esperam um grande aumento nas vendas ao Brasil", declara Gabriele Welcker-Clemens, diretora para América do Sul e Norte da VDMA (entidade dos produtores alemães). Segundo ela, certamente o volume de compras brasileiras será de dois dígitos neste ano. Apenas no primeiro trimestre, o volume das importações de máquinas alemãs cresceu 40,3%, o que significa um total de US$ 654 milhões, conforme os dados divulgados ontem pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). No ano passado, o total foi de US$ 2,3 bilhões, alta de 27,8% sobre 2006, quando foram importados US$ 1,8 bilhão em máquinas. Atualmente, o país é superado apenas pelos Estados Unidos nas origens de importações de bens de capital. Em 2007, as vendas cresceram 63%, impulsionadas pelos setores de mineração, siderurgia, petróleo e gás. Para este ano, a previsão do diretor-geral da Aerzen no país, Brian David Crippa, é de que o crescimento chegue a 50% na comparação com o ano passado. Na área de automação, a Festo divulgou durante a Feira Mecânica, que acontece em São Paulo, que irá investir R$ 10 milhões (US$ 6,1 milhões) este ano no país. Conforme o comunicado, o faturamento da subsidiária da empresa no ano passado foi de R$ 220 milhões (US$ 114 milhões) e a estimativa para 2008 é de atingir R$ 250 milhões (US$ 151,5 milhões). Em entrevista coletiva, Luiz Aubert Neto, presidente da Abimaq, disse que as importações de países como a Alemanha, Estados Unidos e Japão são positivas, pois agregam competitividade aos fabricantes nacionais.