Eztec muda e prioriza imóveis de médio padrão

Valor Econômico

A incorporadora Eztec, tradicional no mercado paulista de médio e alto padrão, adotou uma estratégia defensiva no auge da crise. No fim do ano passado, redirecionou sua estratégia para o segmento de salas comerciais de pequeno porte - onde a demanda estava mais aquecida e o mercado ainda não estava saturado. Agora, de volta ao mercado residencial, elegeu os imóveis de médio padrão - entre R$ 200 mil (US$ 116,3 mil) e R$ 500 mil (US$ 290,7 mil) - como prioridade e fez o seu primeiro grande teste no segmento popular.

Nos primeiros nove meses do ano, a incorporadora Eztec já vendeu mais do que no ano passado inteiro. De janeiro a setembro, a companhia vendeu R$ 465 milhões (US$ 270,3 milhões), contra R$ 358 milhões (US$ 195,6 milhões) durante todo o ano de 2008. Primeira empresa do setor imobiliário a divulgar balanço, a Eztec alcançou um lucro líquido de R$ 50,5 milhões (US$ 29,4 milhões) no terceiro trimestre, com margem líquida de 34,6%.

No terceiro trimestre, a companhia vendeu R$ 148 milhões (US$ 86 milhões) e lançou apenas R$ 52 milhões (US$ 30,2 milhões), o que indica um volume de venda de estoques de quase R$ 98 milhões (US$ 57 milhões). A receita líquida cresceu 54,5%, para R$ 382,6 milhões (US$ 222,4 milhões).

A estreia no Minha Casa, Minha Vida foi feita com um empreendimento em Mogi das Cruzes, com 960 unidades na faixa de R$ 90 mil (US$ 52,3 mil). A empresa já lançou e vendeu quase metade do empreendimento, cujo valor geral de vendas é de R$ 88 milhões (US$ 51,2 milhões). A empresa também lançou um empreendimento no Sacomã, na capital paulista, com cinco torres no valor de R$ 150 mil (US$ 87,2 mil). A maioria dos projetos que a Eztec em fase de aprovação são residenciais de médio padrão, que representa hoje 50% do banco de terrenos da companhia.

A incorporadora voltou a comprar terrenos nos últimos três meses: adquiriu quatro na cidade de São Paulo com potencial de construção de quase R$ 200 milhões (US$ 116,3 milhões).