09/01/18 13h37

Exportações voltam a subir na região após seis anos

Aumento foi de 23%; cidades da RPT venderam ao exterior US$ 873 milhões no ano passado, contra US$ 705 milhões observados em 2016

O Liberal

A RPT (Região do Polo Têxtil) registrou aumento de 23% nas exportações em 2017, interrompendo seis anos seguidos de quedas nas vendas ao exterior. A última vez que a região havia tido um crescimento nas exportações havia sido em 2010, com 72% a mais em relação a 2011. Os setores que se destacaram em volume foram produtos de borracha e veículos. Os números foram divulgados nesta quinta-feira pelo Ministério do Comércio Exterior.

A região vendeu ao exterior US$ 873 milhões no ano passado, contra US$ 705 milhões em 2016. Em todo o Brasil, foram exportados US$ 67 bilhões, o primeiro crescimento das exportações nacionais depois de cinco anos.

Assessora econômica do Sincomércio (Sindicato dos Lojistas e do Comércio Varejista), Caroline Miranda Brandão avaliou que esse resultado está relacionado a mudanças de estratégias de empresas multinacionais localizadas na região.

“Quando ocorrem mudanças de câmbio, políticas e incentivos fiscais, e outros indicadores da economia, essas empresas fazem um rearranjo de parte da produção. Elas avaliam a macroeconomia dos países e ajustam suas estratégias”.

Professor de Economia e coordenador do banco de dados socioeconômicos da Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba), Francisco Crocomo destacou que a Argentina tem aumentado as importações de veículos. Na região, somente Sumaré aumentou em 29% as vendas ao país, e o setor de automóveis é o líder em exportações na cidade. “Os países em crise buscam o mercado externo, mas não são todos os setores que conseguem exportar. O Brasil ainda perdeu muito tempo nessa questão, o câmbio está em um valor próximo aos R$ 3 desde 2015, patamar mais alto que favorece exportação”.

VALORES. A cidade com maior volume e maior aumento percentual é Sumaré – as empresas instaladas no município exportaram US$ 482 milhões, um crescimento de 35% em relação ao ano anterior. O setor mais relevante é o de automóveis – cresceu 205% nos períodos analisados, chegando a US$ 89 milhões.

Em Americana, cidade que tem o segundo maior volume de exportações na região, o crescimento de 6% nas exportações está relacionado ao setor de borracha. A cidade exportou US$ 175 milhões no ano passado, e US$ 78 milhões nesse setor.

Santa Bárbara d’Oeste foi a cidade com o segundo maior aumento percentual na RPT. As exportações no município alcançaram US$ 85 milhões, 23% a mais do que em 2016.

Hortolândia exportou US$ 55 milhões, 9% a mais que no ano anterior. O setor de medicamentos foi o destaque na cidade, vendendo US$ 10 milhões. Em Nova Odessa, o aumento percentual foi de 15%. A cidade exportou US$ 74 milhões, e o setor de peças de motores foi o que se destacou.

Importações aumentaram 14% em 2017

As importações de produtos também cresceram no ano passado, saltando de US$ 1,618 bilhão para US$ 1,848 bilhão. O número é visto também de forma positiva por economistas, já que representa a compra de matéria-prima para empresas, e geralmente ocorre nos mesmos setores em que houve aumento nas exportações.

Hortolândia é a cidade com maior volume em importações – foram US$ 766 milhões no ano passado. Percentualmente, o crescimento mais expressivo ficou com Sumaré – 16%, passando de US$ 444 milhões para US$ 518 milhões.

“Você não consegue exportar sem comprar matéria-prima, por isso você tem essa importação alta”, avaliou o professor de Economia e coordenador do banco de dados socioeconômicos da Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba), Francisco Crocomo.

A balança comercial da RPT viu seu déficit aumentar 6% em relação a 2016. O valor é calculado sobre a diferença entre exportações e importações. O saldo passou de US$ 913 milhões em 2016 para US$ 974 milhões em 2017.