Exportações têm melhor resultado em 14 meses

Negociações realizadas por indústrias da cidade com empresas do exterior cresceram 72% em fevereiro em relação a janeiro

Após um mês de janeiro de queda, as exportações da indústria de Sorocaba em fevereiro cresceram 72% e registraram o segundo melhor resultado dos últimos 14 meses, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Os produtos locais remessados ao exterior, no mês passado, somaram US$ 122.078.259, em valores free on board (FOB), ou seja, sem contar taxas e tributações. Com isso, as exportações no primeiro bimestre de 2016 chegaram a US$ 193.034.222, superando em 13,7% a soma do mesmo período do ano passado, no valor de US$ 169.739.531. Os Estados Unidos importaram 41% a mais nos dois primeiros meses de 2016. Alta do dólar e retração no mercado interno explicam crescimento, avalia o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) de Sorocaba.

O resultado das exportações de Sorocaba no último mês só não foi melhor que o de julho do ano passado. Naquele mês, a cidade enviou ao outros países US$ 135.495.097 em produtos manufaturados. Na comparação com fevereiro de 2015, quando as exportações somaram US$ 84.632.758, houve um crescimento de 44%. Já em relação a janeiro deste ano, o avanço nas exportações foi de 72%. O crescimento expressivo se deve ao resultado ruim do primeiro mês do ano, quando a indústria enviou US$ 70.955.963 em mercadorias ao exterior.

No primeiro bimestre, os quatro principais parceiros comerciais de Sorocaba aumentaram a importação de produtos. Enquanto em janeiro e fevereiro de 2015, os EUA ¬ segundo principal país de destino ¬ haviam consumido US$ 36.375.858 em itens fabricados na cidade, o montante subiu para US$ 51.349.914 nos primeiros meses deste ano. O México, que é o quarto país na balança de exportações de Sorocaba, aumentou em 22,5% o montante importado. No primeiro bimestre de 2015, o valor era US$ 7.122.849 e, agora, passou a US$ 8.726.200.

Apesar de ter aumentado as importações em 2015, a Argentina, principal país de destino dos produtos fabricados em Sorocaba, também importou mais neste ano. Em janeiro e fevereiro do ano passado, o país vizinho havia comprado US$ 60.856.962 em itens da indústria local. Já em 2016, as exportações para esse destino cresceram 9,5%, chegando a US$ 66.658.781.

Dólar ajuda

O dólar alto e a retração do mercado interno brasileiro são os dois principais responsáveis pelo avanço das exportações de Sorocaba, avalia o economista Adilson Rocha, professor da Faculdade de Tecnologia (Fatec). "Aqui dentro está tendo turbulência. Lá fora, está mais atrativo, tem um retorno maior", afirma. Rocha cita o caso do Etios, fabricado pela Toyota em Sorocaba, que é exportado para a Argentina. "O Etios está indo muito para a Argentina e acaba tendo essa situação, que favorece um segmento específico", complementa.

O vice¬diretor do Ciesp, Erly Domingues de Syllos, também atribui ao crescimento do dólar e a situação interna do País os fatores responsáveis pelo avanço das exportações. Segundo ele, isso íêz com que Sorocaba voltasse a exportar para um de seus principais e históricos parceiros, que é os EUA. "Nos últimos seis ou oito meses, em função da taxa de câmbio, começou a melhorar: a base de exportação mirou de novo os EUA", ressalta.

O fato de Sorocaba exportar produto manufaturado, diferente do Brasil como um todo, cujo produto principal são as commodities, também reflete positivamente, avalia Erly. "O produto manufaturado tem valor agregado, gera mais emprego e paga melhor que as commodities", explica. A expectativa de Rocha e de Erly é de que as exportações da cidade continuem a crescer neste ano. Para tanto, conclui o vicediretor do Ciesp, é necessário que o dólar permaneça com pouca variação, girando em torno dos R$ 4.