11/04/16 14h41

Exportações de couro em Rio Preto crescem 647%

Diário da Região

A balança comercial de Rio Preto continua decepcionando, mas, para os empresários que trabalham com a exportação de couro e peles curtidos ou em crosta de bovinos, o primeiro trimestre de 2016 foi animador. Entre janeiro e março, a venda de artigos do gênero para outros países cresceu 647,73%, passando de US$ 67,2 mil em 2015 para US$ 502,8 mil neste ano. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento.

“Estamos bem, no momento, e a tendência é de crescimento. Temos pedidos garantidos até setembro, outubro”, conta Alexandre Castro, proprietário da Lenemur Indústria de Couros, que está no mercado de Rio Preto desde 2005 e trabalha com exportação desde 2011. O crescimento considerável foi motivado por uma retomada do setor, com o preço do couro subindo um pouco nos últimos meses.

“Nossa crise veio antes da de todo mundo. Em 2014, houve uma queda considerável no preço da matéria-prima, o que levou os empresários do setor, inclusive nós, a reduzir a movimentação na espera de valores melhores. No fim de 2015, começou a recuperação, então retomamos as vendas para o exterior com força”, afirma Castro.

Hoje em dia, 55% do couro produzido pela empresa vai para a exportação e os resultados só não são melhores pela instabilidade econômica e política que o Brasil enfrenta atualmente, garante Gustavo Barreto, gerente de comércio exterior da empresa. “Isso tudo gera desconfiança nos empresários lá de fora. Por isso, é importante fazer um trabalho árduo para conquistar a confiança.” Entre os países clientes da Lenemur estão Itália, México, Estados Unidos, Canadá, entre outros. O produto exportado é utilizado lá fora para a produção de calçados, bolsas, roupas, estofamento de carro e luvas.

Balança

Março foi mais um mês marcado por quedas em Rio Preto. As exportações no período tiveram uma redução de 21,3% na comparação com o mesmo mês em 2015 e fecharam a US$ 1,257 milhão. Já as importações caíram 27,23%, passando de US$ 6,854 milhões, no ano passado, para US$ 4,987 milhões em 2016.

O cenário não é diferente quando se compara o primeiro trimestre deste ano com o de 2015 e as importações continuam sofrendo mais com a alta do dólar. Nos três primeiros meses de 2015, as importações somaram US$ 21,026 milhões, enquanto neste ano, entre janeiro e março, elas não chegaram a US$ 15 milhões, uma queda de 28,81%.

As exportações, que já estavam baixas no ano passado, sofreram menos, com uma queda de 6,22% na comparação entre o primeiro trimestre de 2015 e o primeiro de 2016. Elas passaram de US$ 3,401 milhões para US$ 3,190 milhões.

Segundo o despachante aduaneiro Paulo Narcizo, esse cenário continua sendo reflexo das incertezas políticas e econômicas do País. “Ninguém sabe o que vai acontecer e os investimentos estrangeiros, que desempenham um papel importante neste setor foram embora”, explica.