Exportações de Araçatuba e Birigui para os EUA cresceram em 87% este ano
Folha da RegiãoEm um contexto de acirrada disputa eleitoral pela presidência dos EUA, de crise internacional e de queda das exportações brasileiras para o mercado estadunidense, as duas maiores cidades da região, ampliaram em 87% no ano em média as exportações para o mercado americano.
Foram US$ 5.950.000,00 exportados entre janeiro e setembro, que ao preço do dólar dessa última sexta-feira (6), representa mais de R$ 32 milhões. Os dados, cuja fonte é o Ministério da Economia, foram levantados pelo professor e economista, Marco Aurélio Barbosa de Souza, pesquisador na área de economia local e regional.
Para Souza, o incremento das exportações desencadeia vários efeitos positivos para a economia local trazendo reflexos na geração de emprego e renda para as cidades de Araçatuba e Birigui. Além disso, os EUA são a maior economia do mundo em termos de PIB (Produto Interno Bruto), o maior importador mundial e o segundo maior parceiro comercial do Brasil. Portanto, essa robustez do mercado americano traz várias oportunidades para as empresas da região.
Outro aspecto importante destacado pelo economista é que o resultado alcançado pelas cidades é contrário ao apresentado pelo conjunto da economia brasileira que sofreu forte contração das exportações para os EUA em 2020.
Segundo o Ministério da Economia, houve queda de 29,6% das exportações das empresas brasileiras com destino a maior economia do mundo no acumulado do ano até outubro.
Araçatuba: 42%
As exportações araçatubenses cresceram 42,6% alcançando o valor de US$ 5.650 milhões no acumulado do ano. O crescimento nominal foi de R$ 1.690 milhões entre janeiro e setembro de 2020 em comparação ao mesmo período do ano passado. O mercado americano absorve 9,92% das exportações locais e tornou-se o 3° maior comprador das exportações de Araçatuba.
Os principais produtos exportados foram produtos de origem animal; açucares; obras de tripa e couros.
Entre janeiro e setembro a cidade de Araçatuba exportou US$ 62.211.177,00 para 61 países, sendo os quatro principais destinos das vendas: Coreia do Sul; China; EUA e Índia.
Birigui: 132%
As exportações das empresas biriguienses para o mercado americano cresceram 132,7% entre janeiro e setembro de 2020 ante o mesmo período do ano passado.
Os valores exportados alcançaram US$ 300 mil, crescimento nominal de US$ 171 mil em comparação a 2019. O mercado estadunidense representa 1,62% das exportações locais. É o 14° principal mercado das empresas de Birigui.
A pauta exportadora foi formada por produtos industrializados refletindo a estrutura produtiva local com grande presença industrial. Os destaques foram: calçados; aparelho para ligação e conexão de circuitos elétricos; impressos e confecção.
Em 2020, as empresas locais exportaram US$ 19.903.886,00 para 55 países. Os cinco principais mercados são formados pela Bolívia; França; Paraguai e Chile.
Iniciativas locais de fomento do comércio exterior
Souza avalia o atual cenário como positivo para as empresas locais e vê grandes oportunidades para a região ampliar sua inserção no mercado externo.
“Na realidade, o fortalecimento das relações comerciais das empresas regionais com o mercado internacional é uma importante alavanca de desenvolvimento econômico local. E, temos muitas empresas com potencial de ingressar no mercado externo, bem como, aquelas que já estão ampliarem sua presença e conquistarem novos mercados. Além dos efeitos positivos para sistema produtivo municipal, o aumento das exportações traz dólares para o país favorecendo a contas externas”, afirma ele.
Destaca-se ainda o câmbio desvalorizado que amplia a competitividade dos produtos brasileiros.
Ressalte-se que o crescimento do Brasil depende não apenas do mercado interno, mas também da capacidade da economia de aumentar a presença no mercado internacional reduzindo as vulnerabilidades que hoje trazem ameaça ao país: a) o crescimento e concentração em exportações de commodities agrícolas e metálicas e a dependência do mercado Chinês; b) o reduzido número de empresas exportadoras; c) a baixa agregação de valor e conteúdo tecnológico nas exportações nacionais.