29/11/23 15h29

Exportações crescem 17% entre janeiro e outubro na região de Rio Preto

Volume negociado pelas principais cidades do Noroeste paulista chegou a US$ 2,7 bilhões nos dez primeiros meses do ano; venda de açúcar continua sendo destaque regional

Diário da Região

O volume de exportação nas principais cidades do Noroeste paulista cresceu 17% entre os meses de janeiro e outubro deste ano, comparado ao mesmo período do ano passado. Nos dez primeiros meses do ano, as empresas da região negociaram US$ 2,7 bilhões para o exterior, enquanto no ano anterior haviam sido comercializados US$ 2,3 bilhões.

O cálculo levou em consideração o desempenho de 40 municípios da região que ultrapassaram a marca de US$ 1 milhão exportados.
Novamente, o destaque ficou para as cidades produtores de cana-de-açúcar, que ocupam o topo da lista. Para especialistas, o saldo é positivo e a expectativa é de que números se mantenham altos em 2024.

O destaque foi a cidade de Catanduva, que exportou US$ 326,5 milhões. O volume é 31% superior ao valor vendido para o exterior no mesmo período do ano anterior. Esse desempenho manteve a cidade no topo da lista regional das cidades exportadoras e garantiu a 38ª posição no ranking estadual.

Entre os produtos mais comercializados estão o açúcar (61%) e o café (22%). A China teve a maior procura por produtos catanduvenses, com participação de 21,4%. Na sequência aparecem Arábia Saudita (9,2%) e Índia e Marrocos (ambos com 7%).

Economista e presidente da Associação Comercial Empresarial (ACE) de Catanduva, Marcos Escobar atribui o bom desempenho da cidade ao seu perfil agroindustrial. “O mundo está precisando de alimentos, de produtos que são oriundos da agricultura e do agronegócio. E Catanduva tem um DNA muito forte para o comércio exterior”, afirma.

Conflitos

A cidade novamente manteve o protagonismo porque o açúcar e o café estão com uma demanda internacional muito forte e o produto brasileiro ganhou mais evidência com o conflito entre Rússia e Ucrânia, afirma o despachante aduaneiro da Caribbean Express, Paulo Narciso Rodrigues.

“Nós fomos bastante favorecidos com a guerra, que abriu muitos mercados. A China está comprando de tudo em termos de commodities e muitos negociadores chineses estão procurando a região para se instalar e comprar a produção regional”, diz.

Mas não foi apenas o conflito europeu que contribuiu para abrir as portas de empresas locais para o mercado estrangeiro. Ainda segundo o especialista, durante o governo de Donald Trump a relação diplomática entre Estados Unidos e China ficou bastante abalada, e o entrave entre as duas superpotências abriu o mercado para exportadores de móveis da região. “Uma vez lá, as vendas não vão parar”, afirma Narciso.

Ainda de acordo com Escobar, a projeção é de que Catanduva feche o ano com o volume de US$ 415 milhões em exportações. “O açúcar está com preços excepcionais no mercado internacional, além disso devemos continuar exportando o café, o limão e o óleo de amendoim. As estimativas colocam que teremos no ano que vem, pelo menos, um crescimento de 10% em cima dessas exportações”.

Rio Preto

As exportações das empresas de Rio Preto atingiram US$ 38,2 milhões nos dez primeiros meses do ano, o maior volume para o intervalo desde 1997. Na comparação com 2022, o crescimento ficou na ordem de 22% ao se comparar com os US$ 31,8 milhões daquele ano. Apesar da alta, a cidade ocupa apenas a 61ª colocação no ranking de exportadores do Estado.

 

Fonte: https://www.diariodaregiao.com.br/economia/nacional/exportac-es-crescem-17-entre-janeiro-e-outubro-na-regi-o-de-rio-preto-1.1918749