29/11/23 15h38

Exportação de suco de laranja pelo Porto de Santos cresce 10,5%

Quase a totalidade do produto brasileiro que vai para outros países passa pelo cais santista

A Tribuna

O Porto de Santos embarcou 2,1 milhões de toneladas de suco de laranja entre janeiro e outubro deste ano, quantidade 10,5% superior ao mesmo período de 2022, quando foram 1,9 milhão de toneladas. Desse total, 316,6 mil toneladas foram escoadas pela Louis Dreyfus Company (LDC), cujo terminal, instalado no Armazém 30 (T-30), na Margem Direita, completou 15 anos.

A LDC está entre as principais companhias que processam suco de laranja no Brasil, que é o maior exportador mundial do produto. “O Brasil é responsável por 65% de todo suco de laranja movimentado no mundo. Temos três grandes empresas no negócio de suco de laranja no País, entre elas a LDC”, afirma o diretor global de Operações da LDC Sucos, Jorge Alexandre Mangussi da Costa. As outras são a Citrosuco e a Cutrale.

De acordo com levantamento da Associação Brasileira de Exportadores de Sucos Cítricos (Citrus), a Europa é a maior consumidora do suco de laranja brasileiro (61,4%), seguida pelos Estados Unidos (30,9%).

Costa diz que o Porto de Santos, o maior do País, é estratégico para as exportações da companhia. “Toda a nossa produção é escoada por Santos. O T-30 é super estratégico para nós”.

Segundo ele, a escolha de Santos foi motivada pela infraestrutura da região, a proximidade com a sede corporativa em São Paulo e pelo fato de já existirem outras equipes das áreas fiscal, de compliance e execução alocadas na Cidade. A Baixada Santista também se destaca como um importante centro de exportação nacional, onde a LDC opera terminais portuários e unidades de negócio dedicadas à comercialização de açúcar, café, soja, suco de laranja, algodão, grãos e oleaginosas.

O diretor global de Operações destaca que a companhia dispõe de toda uma cadeia logística que “garante eficiência, qualidade e redução de custos”.
Ele explica que o suco é transportado das fazendas do interior de São Paulo para Santos por caminhões-tanque até o terminal, onde é pasteurizado (processo de esterilização em que o produto é aquecido e esfriado rapidamente) e embarcado nos navios.

“A gente trocou a frota recentemente (em 2020). Tínhamos três navios, agora são dois, com capacidade 40% maior do que os anteriores e que consomem 40% menos combustível. Isso propiciou uma redução de 85% nas nossas emissões de carbono no transporte marítimo”, ressalta.

As duas embarcações possuem, cada uma, 180 metros de comprimento e 30 metros de largura. Juntos, os navios têm capacidade estática para transportar 50 mil toneladas de sucos e possuem tanques para produtos customizados.

A partir de Santos, a LDC exporta sucos de laranja, lima e limão siciliano a granel – concentrado e não concentrado para mais de 70 países. Também exporta em contêineres produtos derivados, como óleos essenciais e casca seca.

O T-30 tem capacidade de estocagem para 28 mil toneladas de suco concentrado e 72 mil toneladas de não concentrado.

Histórico

A LDC foi fundada em 1851, na França, e se instalou no Brasil em 1942. Em 1988, iniciou sua primeira unidade de processamento de laranjas no País. Já em 2008, inaugurou o terminal no Armazém 30, do Porto de Santos.

A empresa atua em mais de 100 países, empregando, aproximadamente, 17 mil pessoas, produzindo, processando e transportando 80 milhões de toneladas de produtos no mundo.

Cadeia logística precisa de perfeição

A LDC cultiva mais de 30 mil hectares de pomares de frutas cítricas distribuídos entre as 38 fazendas gerenciadas pela companhia, localizadas estrategicamente em todo o cinturão citrícola do Brasil, e também adquire frutas cítricas de fornecedores locais.

“Nossos ativos de sucos também incluem três unidades de processamento, em Matão e Bebedouro (SP) e em Paranavaí (PR), e outro terminal logístico localizado em Ghent, na Bélgica. Isso nos permite distribuir sucos de laranja, limão siciliano e lima tahiti, bem como diversos produtos derivados, para todo o mundo”, explicou Costa.

As frutas cítricas são transportadas até as instalações da LDC, onde os sucos são produzidos e enviados a granel ou em tambores até o Porto de Santos, sendo armazenados, pasteurizados e transportados aos dois navios. Os sucos são depositados em 24 tanques com capacidade total para 100 mil toneladas dentro de câmaras refrigeradas com temperatura controlada, sem que o produto entre em contato com o ambiente externo, garantindo a sua segurança e qualidade.

Seis ativos na Baixada

Ao todo, a LDC atua com seis ativos na Baixada Santista: o Centro de Serviços Compartilhados (CSC), o Terminal de Sucos e Terminal Exportador de Santos (TES), em Santos; um Armazém de Algodão, em Cubatão, que é certificado pelo programa Algodão Brasileiro Responsável para Terminais Retroportuários de Algodão (ABR-LOG); o Terminal Exportador Açúcar do Guarujá (TEAG) e o Terminal Exportador de Grãos do Guarujá (TEG), ambos em Vicente de Carvalho, em Guarujá.

 

Fonte: https://www.atribuna.com.br/noticias/portomar/exportacao-de-suco-de-laranja-pelo-porto-de-santos-cresce-105