10/05/07 15h03

Exportação de suco de laranja fresco em alta

Valor Econômico - 10/05/2007

Aposta recente das indústrias exportadoras de suco de laranja que operam no país, a bebida fresca, não concentrada (NFC, na sigla em inglês), segue ganhando espaço no mercado internacional. Segundo Paulo Celso Biasoli, sócio da consultoria GSA - Tecnologia e Sistemas e diretor-executivo da Associação de Citricultores da Região de Limeira (Alicitrus), os embarques do produto, que até o fim da década de 90 eram irrelevantes, somaram 564.341 toneladas em 2006, ante 1,303 milhão de toneladas de suco concentrado (FCOJ), foco tradicional das empresas e mercado no qual a fatia do Brasil nas exportações globais supera 80%. Ainda que, "desconcentrado", o volume de FCOJ resulte em um volume de suco integral pronto para beber seis ou sete maior, o avanço do NFC é expressivo. Os embarques de 2006, por exemplo, foram 23,4% superiores aos do ano anterior, direcionados sobretudo à União Européia. E os investimentos de grupos como Cutrale e Citrosuco no "nicho", especialmente em logística - o NFC ocupa um espaço muito maior em caminhões e navios, por exemplo -, sinalizam que a tendência é de crescimento ainda maior. "Logística é o grande desafio, mas questões ligadas à sanidade da fruta e padrão de qualidade da bebida são fundamentais. Mas a procura pelo NFC tem sido grande e começa a crescer também para sucos de limão e abacaxi, entre outros", afirmou Biasoli em apresentação na conferência "Juice Latin America 2007", organizado por Foodnews, AgraFNP e IBC Brasil e realizado ontem em São Paulo. Outro desafio importante, ressaltou Mauricio Mendes, CEO da AgraFNP, é manter as vendas tendo em vista os atuais preços internacionais do suco de laranja (concentrado ou não). Num cenário em que se multiplicam alternativas ao suco de laranja, no exterior e no Brasil, a preocupação com o preço ganha particular relevância. O mercado global para misturas e néctares, mais baratos, está em franca evolução e, conforme apontaram projeções de Axel Reinhardt, diretor da alemã Döhler, assim permanecerá. Segundo Luiz Antônio Curado, secretário-executivo da Associação das Indústrias Processadoras de Frutos Tropicais (ASTN), ainda que restritas e afetadas pelo câmbio, as exportações de sucos tropicais (não inclui laranja) do país somaram US$ 168 milhões no ano passado, ante apenas US$ 15 milhões em 1998.