Exportação de serviços do Brasil sobe acima da média
Folha de S. Paulo - 09/11/2006
As exportações e importações de serviços pelo Brasil subiram quase duas vezes acima da média mundial em 2005, enquanto o déficit do setor deu um salto de 64% -de US$ 4,5 bilhões para US$ 7,4 bilhões.O comércio de serviços brasileiro é um dos destaques do relatório "Estatísticas do Comércio Internacional 2006", divulgado pela Organização Mundial do Comércio (OMC). O texto inclui o Brasil no grupo dos mais dinâmicos exportadores de serviços -com alta superior a 15%-, ao lado de China, Índia, Luxemburgo, Rússia, Polônia, México e Hungria. As exportações brasileiras de serviços tiveram alta de 28%, para US$ 14,9 bilhões, comparada a uma expansão global média de 10,45%. As importações deram salto de 38%, bem acima da alta mundial de 10,15%, e somaram US$ 22,3 bilhões. Com isso, o déficit do setor atingiu US$ 7,4 bilhões. As exportações incluem atividades como serviços de engenharia, construção, consultoria e transportes. O gasto com viagens de estrangeiros no Brasil também entra nessa conta, enquanto o dos brasileiros no exterior é computado como importação de serviços. No comércio de bens, o relatório da OMC mostra o impacto da desaceleração da economia sobre as importações brasileiras, que tiveram alta de 17% em 2005, abaixo da média regional e da expansão das exportações, ambas de 23%. O cenário se inverteu em 2006, com alta de 25,1% das importações entre janeiro e outubro, acima da expansão de 17,3% nas vendas externas. Porém a principal razão para a mudança não é a aceleração econômica, mas a valorização do real, segundo Edgard Pereira, economista-chefe do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento da Indústria (Iedi).