29/09/11 18h08

Expo terá acesso por rodovia e trens

O Estado de S. Paulo

Com 50 milhões de m², espaço planejado para receber exposição mundial de 2020, em Pirituba, prevê de pavilhões a shopping e hotéis

Uma alça de acesso saindo da Rodovia dos Bandeirantes, 11 pavilhões multiuso, um centro de convenções, um shopping, dois hotéis, seis galpões de logística e uma área para exposição e atividades ao ar livre. Assim está prevista a fase inicial do Expo-SP, megaparque de eventos que a Prefeitura planeja construir em Pirituba, na zona norte. Nas três fases seguintes, serão feitos mais cinco pavilhões,um estacionamento e um terminal de ônibus, ciclovias e ciclofaixas.

O prefeito Gilberto Kassab (PSD) enviou à Câmara o projeto de lei que adequa a legislação do Plano Diretor Estratégico da cidade às dimensões do plano do Expo-SP.No entanto, as mudanças, como ausência de restrição no gabarito, só passarão a valer nos lotes quando estiverem prontas as melhorias previstas. A ideia será agora avaliada pelos vereadores – o projeto de lei aponta todas as diretrizes básicas do complexo e os equipamentos que poderão ser construídos.

O objetivo é que o novo centro de exposições, que deverá ser erguido em parceria com o setor privado, seja a principal cartada da candidatura de São Paulo para a Exposição Mundial, em 2020. O evento, segundo o próprio prefeito, pode ser tão importante para a capital quanto a Olimpíada de 2016 será para o Rio. A escolha da sede sairá em 2014 (em 2010, o evento foi em Xangai, na China).

O Estado teve acesso ao último projeto detalhado (que ainda pode ser modificado) do megaparque de eventos, feito pelo escritório local da empresa de arquitetura alemã GMP. Esse é o mesmo grupo que fez o projeto de reforma do Estádio do Morumbi para a Copa de 2014, não aprovado pela Federação Internacional de Futebol (Fifa). Cheio de vidros, áreas abertas e iluminação natural, o design e os materiais espelhados a serem usados na construção são inspirados em centros similares da Europa, como o de Hannover e Leipzig, na Alemanha, e o de Rimini, na Itália.

O projeto do Expo-SP ainda contempla a renaturalização e canalização de córregos que cortam o terreno. Sua área total tem cerca de 5 milhões de m² – pelo menos 50% devem ser mantidos permeáveis. O governo do Estado deve arcar com custos e comando das intervenções na infraestrutura de transporte – duas alças e passarelas da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). O projeto também apresenta a localização da futura estação na Linha 6-Laranja, bem na frente do Expo-SP. Mas a Prefeitura ainda não divulgou o cronograma de início das intervenções.

Obras. Ao todo, os pavilhões somam 160 mil m² de área para exposições e poderão ser conectados para oferecer espaços contínuos. A Prefeitura planeja construir um terminal e um pátio de estacionamento para servir a visitantes e moradores de Pirituba. A Estação Vila Clarice, da Linha 7-Rubi (Luz- Jundiaí), da CPTM, ganhará passarelas de acesso ao centro. As obras viárias, como os dois trevos de acesso da Rodovia dos Bandeirantes, passarão por cima da linha férrea da CPTM direto para o parque, segundo projeto de lei da Prefeitura. Tais intervenções devem ser feitas, porém, pelo Estado. Já a Avenida Felipe Pinel, que passa perto do local, será requalificada e, em parte, estendida.

Kassab justificou a criação do projeto de lei pela necessidade de um espaço maior na cidade – o Parque Anhembi, da década de 1970 e com 400 mil m², está lotado e sem previsão de expansão ampla. Segundo a São Paulo Turismo (SPTuris), que administra o local, 80% da ocupação até 2015 já está agendada. A Prefeitura ainda argumenta que o Expo-SP ajudará a dinamizar a região economicamente, atraindo investimentos e empregos.