31/01/19 11h37

Expectativa de emprego em serviços vai ao maior nível em 5 anos

Valor Econômico

A avaliação sobre emprego futuro do empresariado de serviços atingiu, em janeiro, o melhor patamar em quase cinco anos. É o que mostrou ontem a Fundação Getulio Vargas (FGV) ao anunciar o Índice de Confiança do Setor de Serviços (ICS), que subiu 3,6 pontos entre dezembro do ano passado para janeiro deste ano, para 98,2 pontos, o maior nível desde março de 2014 (98,7 pontos).

Na sondagem de serviços, pesquisa do qual o ICS é indicador-síntese, o indicador de emprego previsto subiu 5,4 pontos no período, para 95,7 pontos, o maior nível desde março de 2014 (97,6 pontos) informou Silvio Sales, consultor da FGV. Para o especialista, o setor aposta em melhora futura dos negócios e reaquecimento da economia o que, por consequência, eleva a projeção de abertura de vaga.

Em médias móveis trimestrais, indicador usado para medir tendências, o ICS manteve o sinal positivo pelo sexto mês consecutivo, avançando 2,9 pontos em relação a dezembro. O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) do setor de serviços, por sua vez, avançou 0,2 ponto percentual, para 82,1%.

Sales explicou que o ICS tem sido impulsionado principalmente por expectativas em alta desde o terceiro trimestre do ano passado. "Isso tem conduzido a uma diferença em pontos nas avaliações sobre momento presente e expectativas", afirmou o técnico. Em janeiro, o Índice de Situação Atual (ISA) subiu 0,8 ponto, para 89,3 pontos, e o Índice de Expectativas (IE) avançou 6,2 pontos no primeiro mês do ano para 107,1 pontos. De setembro do ano passado para janeiro deste ano, o ISA cresceu 2,6 pontos e o IE subiu 15,8 pontos, no mesmo período, acrescentou o especialista.

"Esses resultados reforçam os sinais que estão aparecendo desde o terceiro trimestre de que há uma clara recuperação na curva da confiança de serviços. Mas o padrão deste crescimento vem muito ancorado nas expectativas", resumiu Sales.

A esperança do empresariado é de uma melhora mais significativa, com impacto nos negócios e no ISA, a partir do segundo semestre. Isso porque em seis meses será mais visível a condução da política econômica no novo governo, bem como capacidade da gestão de Jair Bolsonaro de promover reformas para aquecer economia. Na sondagem, em janeiro, 51% informaram esperar melhora nos negócios em seis meses, maior marca desde janeiro de 2012 (51,6%).

Caso as expectativas favoráveis se concretizem e conduzam à melhora no momento presente, isso tem impacto no emprego previsto, disse Sales. "Vamos acompanhar o que acontece nos próximos meses e se essa distância [na pontuação] entre ISA e IE começa a diminuir", afirmou, acrescentando que, até então, a confiança deve atuar em trajetória moderada.