Exigência de freio ABS impulsiona as vendas da sueca SKF
Valor EconômicoA previsão de produção de veículos no Brasil neste ano, em especial, anima a sueca SKF, fabricante de rolamentos e vedações, que também atua em serviços de manutenção e soluções industriais. Desde janeiro, os fabricantes de veículos no Brasil estão obrigados a incluir itens de segurança em todos os seus carros, o que está elevando a procura por rolamentos com freios ABS integrados no país.
Diferentemente de anos anteriores, agora o volume de produção de carros nacionais, estimado em 3 milhões de unidades neste ano, terá reflexo mais direto nas receitas da empresa com a venda de rolamentos que incluem os freios ABS integrados.
"Com a estimativa atual para o mercado automotivo, teremos um mercado nacional de 12 milhões de rolamentos com ABS", diz Murilo Fonseca, diretor de vendas automotivas da SKF do Brasil. Segundo ele, a empresa já registrou um aumento de 40% nas encomendas de rolamentos com o freio ABS integrado nos últimos meses. Até o ano passado, o dispositivo (assim como o airbag) era exigido em 60% dos veículos produzidos.
Além do aumento do volume de encomendas, a companhia passa a vender rolamentos de uma categoria com mais tecnologia e mais caros do que os utilizados anteriormente.
A SKF estima que conseguirá atender pelo menos 35% da demanda pelos rolamentos de rodas no país. "Já investimos R$ 30 milhões em manufatura e logística para suportar esse momento do mercado", afirmou Fonseca, que acrescentou que o desembolso, no momento, está previsto em R$ 2,3 milhões em 2014.
A SKF produz dois tipos de rolamentos automotivos - de primeira e segunda gerações - em suas duas unidades fabris localizadas no complexo industrial de Cajamar (SP). Também importa rolamentos de terceira geração de suas unidades na Europa, sendo que tem planos de começar a produzí-los em solo brasileiro.
No total, a companhia sueca tem uma capacidade para produzir 40 milhões de rolamentos ao ano em Cajamar, incluindo as categorias usadas para outros fins, como equipamentos industriais, moinhos, motores elétricos e máquinas diversas. No ano passado, produziu pouco mais de 33 milhões de unidades, segundo Fonseca.
Com esses números, o negócio de rolamentos foi responsável no ano passado por 26% das receitas totais da SKF no Brasil, de R$ 864 milhões. Em 2015, quando completará 100 anos no país, a empresa pretende chegar a um faturamento anual de R$ 1 bilhão.
Globalmente, o grupo sueco possui 120 fábricas e faturou US$ 9,9 bilhões em 2012.
No mercado de rolamentos, a empresa concorre principalmente com a SNR, controlada pelo grupo japonês NTN, com a americana Timken e com a alemã Schaeffler.
O Valor procurou as empresas, mas não conseguiu contato para falar com seus porta-vozes. No ano passado, o diretor-geral da NTN-SNR no Brasil, Stéphane Grande, havia afirmado ao jornal que pretendia elevar a participação de mercado do grupo para 25% das vendas nacionais de rolamentos com a chegada de mais montadoras ao país e projetos de expansão das marcas já estabelecidas.