28/07/08 14h33

Excelência brasileira

Agência Fapesp - 28/07/2008

A Organização Mundial da Saúde (OMS) acaba de criar, no Brasil, um novo Centro de Referência Mundial em Química Medicinal para Doença de Chagas, formado por grupos de excelência ligados à Universidade de São Paulo (USP) em São Carlos (SP) e à Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O novo centro atuará diretamente na rede de laboratórios de descoberta de novos fármacos do Programa Especial para Pesquisa e Treinamento em Doenças Tropicais (TDR, na sigla em inglês), da OMS. Depois de uma competitiva seleção internacional, a organização escolheu o grupo brasileiro para formar o centro voltado especificamente para a pesquisa sobre doença de Chagas. O grupo é formado por pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP - ligados ao Centro de Biotecnologia Molecular Estrutural (CBME), um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepid) da FAPESP - e do Laboratório de Química Orgânica Sintética da Unicamp. De acordo com Adriano Andricopulo, coordenador do novo projeto e do Laboratório de Química Medicinal e Computacional (LQMC), a OMS lançou os editais para criar os centros depois de fazer longos ensaios e encontrar algumas moléculas de interesse para uma série de doenças tropicais. O centro brasileiro, segundo ele, terá uma missão específica dentro da rede: descobrir candidatos a novos fármacos para doença de Chagas usando como referência duas dessas moléculas selecionadas pela OMS e mantidas sob sigilo total. De acordo com Andricopulo, os compostos serão otimizados, aplicando-se técnicas avançadas de química medicinal, e os que forem mais promissores deverão entrar em fase clínica de desenvolvimento, depois de estabelecidos acordos com agências governamentais ou empresas farmacêuticas. "Os recursos investidos neste projeto serão totalmente provenientes da OMS. Eles já permitiram a contratação de dois doutores com excelente experiência para trabalhar em regime de dedicação exclusiva", disse Andricopulo. Segundo ele, o contrato é válido por um ano, renovável indefinidamente a partir da avaliação dos resultados. Segundo Andricopulo, o projeto engloba todas as etapas essenciais de pesquisa básica que são requeridas para a descoberta de novos candidatos a fármacos. Segundo o pesquisador, a iniciativa da OMS faz parte de uma estratégia para combater as doenças tropicais que afetam milhões de pessoas em todo o mundo.