Evonik inaugura sua 1ª fábrica de sílica no Brasil
Como parte de um investimento de € 200 mi, unidade visa à indústria de pneus
Automotive businessA Evonik, empresa do ramo químico com sede na Alemanha, abriu na quarta-feira, 20, as portas de sua quarta fábrica no Brasil, uma nova unidade dedicada à produção de sílica precipitada, incluindo a de alta dispersão (HDS). Localizada no complexo industrial de Americana (SP), a planta consumiu parte do investimento de € 200 milhões, que também sustentou a abertura de outras duas fábricas no País e atenderá principalmente os fabricantes de borracha, especialmente para a produção do chamado pneu verde.
Totalmente moderna e automatizada, a nova fábrica que gerou 40 empregos diretos faz parte da estratégia da empresa em expandir sua produção global de sílica, que cresceu 40% entre 2010 e 2016. A fabricação do insumo pela Evonik está concentrada atualmente em dez países: Alemanha, China, Espanha, Estados Unidos, Índia, Japão, Tailândia, Taiwan, Turquia e a décima no Brasil. A produção da planta paulista atenderá também outros setores como agroquímico, alimentos e nutrição animal.
“Com este novo projeto que foi anunciado há dois anos e concluído no tempo previsto vamos atender as necessidades dos clientes globais regionalmente”, afirmou Weber Porto, diretor presidente da Evonik para a América do Sul e Central, durante a cerimônia de inauguração da fábrica. Ele contou que em sua trajetória no País, a empresa, que começou em 1953 ainda com o nome de Degussa, já havia produzido sílica por aqui a partir de uma joint venture que também funcionava em Americana. “Saímos deste mercado e depois de muita análise, chegou a hora certa de voltar. Haverá um aumento expressivo da demanda por pneu verde a partir da nova legislação de etiquetagem que entra em vigor em outubro próximo”, completa Porto.
Pela lei, os pneus apresentarão uma etiqueta conferida pelo Inmetro que trará três informações principais aos consumidores: o nível de resistência, de derrapagem em solo molhado e de ruído do pneu, semelhante às etiquetas inseridas em produtos da linha branca.
Estrategicamente localizada, a planta em Americana está próxima de importantes polos produtivos, inclusive de fabricantes de pneus. Para Porto, apesar de o País estar atravessando um momento difícil na área política e econômica, há indicadores que já apontam para resultados positivos em 2017, como o crescimento do PIB em 2% após dois anos em recessão. “Quando se fala em investimento, sempre pensamos no futuro. A indústria nacional já está utilizando pneu verde e essa demanda vai continuar crescendo. Além disso, não podemos esquecer do mercado de reposição, que está em alta”, argumenta.
Para a fabricação de pneus, a sílica combinada com silano (sílica-silano) confere elevada qualidade e características diferenciadas para o pneu verde. Uma vez substituindo parte do negro de fumo na composição da borracha para a produção do pneu, o uso da sílica-silano promove uma melhora significativa na resistência ao rolamento. “Esta combinação proporciona uma redução de até 8% no consumo de combustível e, consequentemente, de emissões”, explica Ralf Ahlemeyer, diretor de eficiência de recursos da Evonik para a América do Sul.
Segundo o executivo, o aumento da demanda por pneu verde no Brasil por si só já era o necessário para a Evonik decidir investir na produção de sílica no Brasil, mas a legislação foi determinante: “Acredito que a legislação de etiquetagem de pneus aliada ao Inovar-Auto que incentiva a eficiência energética foi o ‘algo a mais’ que impulsionou este projeto”, afirma. “Além de ser ecologicamente correto, o pneu verde apresenta outra vantagem: é muito mais economicamente viável do que desenvolver ou adotar outros mecanismos para a redução do consumo de combustível. Acredito que a partir de 2018 haverá uma troca geral do pneu convencional para o pneu verde por parte das montadoras”, projeta Ahlemeyer.