29/09/11 18h21

Evento franco-brasileiro discute as oportunidades de negócios em São Paulo

Durante o III Seminário Jurídico Franco-Brasileiro, especialistas ressaltam o bom momento vivido pela economia brasileira e discutem os entraves aos investimentos franceses no País

O gerente Internacional da Investe São Paulo, Luís Arbex, participou nesta quinta-feira, 29 de setembro, do III Seminário Jurídico Franco-Brasileiro. No evento, foram discutidos temas como a relação entre direito e economia, enfatizando as oportunidades de negócios em São Paulo, os custos para os investimentos estrangeiros e as dimensões de acesso estratégico ao mercado brasileiro.

Realizado com o objetivo de estimular um relacionamento mais eficaz entre advogados e investidores dos dois países, o seminário foi promovido pela Ordem dos Advogados do Brasil – Seção São Paulo e pela Ordem dos Advogados de Paris, em conjunto com o Consulado Geral da França em São Paulo, a Ubifrance Brasil, a Air France e a Aduaneiras. Contou, ainda, com o apoio da Aliança Francesa, Fecomércio, Centro de Estudos das Sociedades e Advogados e Câmara de Comércio França-Brasil.

“Há um movimento geral de aproximação entre Brasil e França: 500 empresas francesas já estão instaladas aqui no Brasil e mais empresas estão chegando. Porém, vejo que muitos investidores franceses não compreendem bem a legislação brasileira, por isso, a parceria entre os escritórios de advocacia brasileiros e franceses é fundamental”, afirmou Eric Fajole durante a abertura do evento. Fajole é diretor da Ubifrance Brasil, agência pública francesa para o desenvolvimento internacional das empresas. Ele ressaltou também quatro setores-chave para a cooperação entre os dois países: aeronáutica, biotecnologia, energia (petróleo e gás) e tecnologia da informação.

Para o cônsul geral da França em São Paulo, Sylvain Itte, a proximidade entre Brasil e França vai muito além das relações econômicas. “Afinal, não se constrói uma relação comercial a longo prazo se não houver confiança e admiração entre os dois países”, afirmou.

Já o cônsul econômico da França em São Paulo, Stéphane Mousset, destacou o aumento considerável das trocas comerciais franco-brasileiras. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, as relações comerciais bilaterais entre Brasil e França totalizaram, em 2009, US$ 6,52 bilhões e, em 2010, chegaram a US$ 8,37 bilhões, sendo que 34% dessas transações ocorreram no Estado de São Paulo.

Quanto aos investimentos estrangeiros diretos, em 2009, somaram US$ 2,14 bilhões e, em 2010, alcançaram US$ 3,42 bilhões. Para o ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, a tendência é de que os investimentos estrangeiros no Brasil continuem a aumentar, especialmente devido à situação peculiar do país, relacionada à estabilidade econômica e democrática e às oportunidades de investimento trazidas pelo Programa de Aceleração do Crescimento, pela Copa do Mundo de 2014, pelos Jogos Olímpicos de 2016 e pelas descobertas de petróleo na camada do pré-sal.

“Os escritórios de advocacia e advogados têm um papel fundamental junto aos investidores. Esse seminário é uma oportunidade ímpar para estreitarmos o relacionamento com essas instituições, atraindo mais investimentos para o Estado de São Paulo”, enfatizou o gerente Internacional da Investe São Paulo no início de sua apresentação. Arbex apresentou o trabalho desenvolvido pela Agência, responsável por atrair investimentos para São Paulo e também contribuir para a expansão das empresas que já estão instaladas no Estado.

Além de oferecer consultoria gratuita às empresas, Arbex afirmou também que a Investe São Paulo é responsável por propor políticas públicas que contribuam para a melhoria da competitividade da economia paulista, reduzindo gargalos e diminuindo as dificuldades encontradas pelos investidores. Ele destacou o decreto estadual 57.289, de 30 de agosto de 2011, que cria a Manifestação de Interesse da Iniciativa Privada (MIP), possibilitando aos empreendedores apresentar projetos de investimento na modalidade de parceria público privada.