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Eurofarma constrói complexo para ir além dos genéricos

Valor Econômico - 07/11/2007

A Eurofarma está dando um passo além da fabricação de genéricos, a área que impulsionou seu grande crescimento nos últimos anos. A intenção não é abandonar a produção das cópias de medicamentos que perderam a proteção de patentes, mas avançar em segmentos mais complexos da indústria farmacêutica. A meta é, em um futuro não muito distante, produzir medicamentos inovadores - sejam produtos incrementais ou até radicais. A Eurofarma nasceu há 35 anos fabricando medicamentos para terceiros - apenas sete anos depois é que começou a fazer remédios próprios. A terceirização continua fazendo parte do foco da empresa. No entanto, como outras companhias de capital nacional, a Eurofarma alavancou seu negócio no início desta década graças às vendas de medicamentos genéricos. Para chegar na meta sonhada por Maurízio Billi, presidente da Eurofarma, a empresa decidiu fazer algumas apostas: fechou parcerias com universidades, formou uma joint-venture com um laboratório nacional, começou investimentos em biotecnologia e faz um investimento em um novo complexo industrial. Recentemente, o Valor visitou, em companhia do empresário, o complexo industrial de Itapevi, a 40 quilômetros de São Paulo. Numa área de 80 mil metros quadrados, a empresa prevê triplicar sua capacidade de produção, reunindo quatro unidades industriais hoje espalhadas por bairros da capital paulista, além da do Rio de Janeiro. A linha de produção de medicamentos líquidos, cremes e pomadas funciona desde março - o complexo deve ficar todo pronto em 2009. O investimento é de R$ 260 milhões (US$ 149,4 milhões), dos quais o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) liberou R$ 35 milhões (US$ 20,1 milhões). Da fábrica de Itapevi, a Eurofarma pretende dar rumo à sua estratégia. Seu plano é ampliar a exportação de medicamentos para a Europa, ingressando via Portugal onde já vende volumes pequenos. A empresa aguarda a certificação da fábrica por parte da autoridade sanitária européia. Isso deve aumentar substancialmente o faturamento, que deve chegar a R$ 900 milhões (US$ 517,2 milhões) em 2007, R$ 100 milhões (US$ 57,5 milhões) a mais do que o obtido no ano passado.