EUA propõe visto para startups
BagueteO governo americano lançou uma proposta com novas regras relacionadas à imigração de empreendedores estrangeiros relacionados a startups dos Estados Unidos.
Para se qualificar para o projeto que o governo chama de “startup visa”, o empreendedor precisa ter uma participação de pelo menos 15% em uma empresa novata do país que demonstre potencial de crescimento.
Os empresários imigrantes ainda precisam ter papel ativo no negócio para se candidatarem ao visto. Além disso, a startup deve ter um aporte de, no mínimo, US$ 345 mil de investidores norteamericanos qualificados ou receber US$ 100 mil em doações de órgãos governamentais.
Ainda em fase de discussão, a proposta permite que empreendedores fiquem até cinco anos no país. O programa está exposto no documento “International Entrepreneur Rule”, publicado no dia 26 de agosto pelo departamento de segurança nacional. Segundo as novas regras, inicialmente os empresários são autorizados a ficar até dois anos no país para desenvolver a startup. O tempo de estadia em solo americano pode ser estendido por mais três anos caso a empresa demonstre substancial aumento de investimentos, receita e empregos gerados.
“A proposta atende a uma demanda antiga dos fundos de private equity, investidores-anjo e da indústria da inovação. É, sem dúvida, um grande avanço no sentido de promover novos negócios nos Estados Unidos”, diz Pedro Drummond, sócio da consultoria Drummond Advisors, voltada a transações entre Brasil e Estados Unidos.
Tom Kalil, diretor adjunto de tecnologia e inovação da Casa Branca, e Doug Rand, diretor assistente de empreendedorismo no Escritório de Políticas para Ciência e Tecnologia, abordaram a criação do projeto em um post no Medium. “A criação de um visto para empreendedores internacionais sempre foi parte dos princípios de reforma de imigração do presidente [Obama], e fez parte do projeto de lei bipartidário de imigração que foi aprovada pelo Senado em 2013. A administração está tomando as medidas que pode dentro de autoridades legais existentes para corrigir o máximo possível de nosso sistema de imigração falho”, explicam.
De acordo com Kalil, os imigrantes são cofundadadores de 25% das startups de alta tecnologia nos Estados Unidos e de mais de metade de todas as startups do Vale do Silício. Para o GeekWire, a imigração é um assunto urgente para a comunidade de tecnologia e para o país como um todo. A publicação relata que muitos líderes da indústria afirmam que as políticas de imigração proibitivas impedem os EUA de competir com outros países e dificultam a inovação.
Hoje, gigantes do segmento, como Microsoft e Amazon, dependem fortemente de vistos H1-B para levar profissionais qualificados de outros países para os EUA. Essa estratégia, no entanto, só funciona para pessoas que vão para o país para trabalhar para grande empresas já estabelecidas.
A proposta do governo abre possibilidades para empresários estrangeiros iniciarem negócios próprios nos EUA, o que provoca uma mudança bem-vinda por muitos grupos de tecnologia startups, afirma a GeekWire. A novidade proposta pelo governo ficará aberta para comentários do público por 45 dias, permitindo que as partes interessadas possam fornecer um feedback para o departamento antes que a regra final seja publicada.