21/06/08 11h48

EUA, Brasil e UE aceleram "commoditização" do álcool

Folha de S. Paulo - 21/06/2008

Estados Unidos, Brasil e UE (União Européia) estão acelerando medidas para criar padrões mundiais para o álcool e tornar o combustível alternativo uma commodity negociada internacionalmente, o que ampliará seu uso, disse Gregory Manuel, do Departamento de Estado dos EUA. Os dirigentes do governo e do setor que estão discutindo o plano deverão finalizar os métodos de estandardização para analisar as propriedades de álcool -como teor de água e de energia- até dezembro, quatro anos antes do programado, disse Manuel. Em seguida, o grupo começará a fixar os padrões referentes a esses teores. Para ele, os padrões permitirão que negociadores do mundo inteiro façam transações com álcool nos mesmos moldes de gasolina, petróleo, cobre, açúcar e outras commodities, impulsionando o emprego do combustível. Os padrões a serem fixados também vão contribuir para os esforços realizados pelos EUA de aumentar a porcentagem de álcool usada nos motores movidos a gasolina comum, disse Douglas Faulkner, vice-subsecretário de desenvolvimento rural do Usda, o Departamento de Agricultura. O esforço para fixar padrões mundiais para o álcool envolve cerca de 600 laboratórios nos Estados Unidos, no Brasil e na Europa, bem como funcionários dos respectivos governos, fabricantes do produto e de motores veiculares. Depois de aprovar os padrões, cada governo terá de codificá-los nas regulamentações, disse Manuel. As remessas de álcool do Brasil, o maior exportador mundial, deverão crescer para até 4,5 bilhões de litros este ano, comparativamente aos 3,2 bilhões de 2007, impulsionadas pela demanda da parte de Estados Unidos e Europa, disse Marcos Jank, presidente da Unica (União da Indústria Canavieira de São Paulo), no mês passado. O Brasil é o segundo maior produtor e consumidor mundial do combustível. A UE importou um volume recorde de 1 bilhão de litros do combustível no ano passado -quase tudo do Brasil-, segundo a Associação Européia de Bioetanol. O presidente dos EUA, George W. Bush, fixou a meta de aumentar a utilização de combustíveis renováveis nos EUA para 36 bilhões de galões até 2022, a partir dos 9 bilhões de galões definidos para este ano.