EUA batem recorde histórico na importação de produtos manufaturados brasileiros
Comex do BrasilAs exportações brasileiras de produtos manufaturados para os Estados Unidos bateram no primeiro semestre deste ano um recorde histórico ao totalizarem US$ 14,5 bilhões, uma alta de 4% comparativamente com o mesmo período de 2022. No geral, as exportações para os Estados Unidos somaram US$ 17,2 bilhões, com uma ligeira retração de 2,1% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Esses números consolidaram os Estados Unidos como o principal destino das vendas externas brasileiras de bens industriais, correspondentes a 17% do volume total embarcado pelas pelas empresas brasileiras para o mercado americano.
Nesse período, as vendas brasileiras desses produtos para os demais países teve uma queda de 0,1%.Os dados são um dos destaques do Monitor de Comércio Exterior Brasil-EUA, divulgado na semana passada pela Câmara Americana de Comércio.
Outro dado relevante do levantamento realizado pela Amcham Brasil: oito dos dez principais produtos exportados para os Estados Unidos são da indústria de transformação, envolvendo setores estratégicos, como o siderúrgico, aeronáutico e de máquinas e equipamentos.
As exportações de aeronaves e partes, por exemplo, geraram uma receita de US$ 857 milhões, com um aumento de 6,0% sobre o total embarcado no primeiro semestre do ano passado. Com isso, os Estados Unidos são, de longe, o principal mercado para os aviões produzidos e exportados pela Embraer.
Outro item importante da pauta exportadora para a maior economia do planeta são os equipamentos de engenharia civil, que também têm nos Estados Unidos seu maior mercado no exterior. De janeiro a junho, as exportações desses bens somaram US$ 751 milhões, com uma forte alta de 37,4% sobre o primeiro semestre do ano passado.
Houve crescimento em valor de bens como semiacabados de ferro e aço (14,2%); celulose (20%) e sucos de frutas e vegetais (69,3%). Por outro lado, foram registradas quedas nas vendas de petróleo bruto (-34%), café não torrado (-32,3%), e madeira parcialmente trabalhada (-36,3%).
Segundo Abrão Neto, CEO da Amcham Brasil, “o desempenho das exportações industriais do Brasil para os Estados Unidos segue evoluindo em agregação de valor e volume, o que evidencia a importância da relação bilateral para a economia e para o setor produtivo brasileiros”.
China concentra importações em commodities
China e Estados Unidos, pela ordem, principal e segundo maior parceiro comercial do Brasil, têm um perfil bastante diferenciado como importadores de produtos brasileiros. Enquanto a China tem uma pauta fortemente concentrada em produtos primários, de menor valor agregado, os Estados Unidos são o maior mercado para os bens manufaturados brasileiros.
No primeiro semestre deste ano, a China importou do Brasil um total de US$ 49,852 bilhões, com uma alta de 5,9% comparativamente com o mesmo período de 2023. Desse total, apenas três produtos –soja, petróleo e minérios de ferro- responderam por 80% do volumee total importado pelos chineses: soja (US$ 23,1 bilhões e participação de 46% nas importações); petróleo (US$ 8,7 bilhões e um percentual de 17% das importações); e minério de ferro (US$ 8,3 bilhões, correspondentes a 17% do total importado pelos chineses).
Entre os bens de maior valor agregado, as importações chinesas praticamente se restringiram aos itens demais produtos da indústria de transformação (US$ 414 milhões, correspondentes a apenas 0,83% do total importado); ferro-gusa, spiegel (US$ 719 milhões e um percentual de 1,4% do total importado); e celulose (US$ 1,83 bilhão, correspondente a 3,7% de todo o volume importado pelos chineses.