19/02/10 09h39

ETH e Brenco unem operações e planejam investir US$ 1,9 bi até 2012

O Estado de S. Paulo

No anúncio que confirmou a incorporação da Brenco pela ETH, ontem, o presidente da nova empresa, José Carlos Grubisich, disse que a meta é ser líder mundial na produção de etanol e bioenergia até 2012. A empresa nasce com projeção de ativos de R$ 7,3 bilhões (US$ 4,1 bilhões) em 2012, quando todas as usinas estiverem em operação. Os acionistas da Brenco terão 35% do negócio e três cadeiras no conselho. A ETH, controlada pelo Grupo Odebrecht, terá a maioria do capital, com 65% das ações e sete conselheiros. O plano é investir R$ 3,5 bilhões (US$ 1,9 bilhão) até 2012. Juntas, elas já investiram R$ 3,8 bilhões (US$ 2,1 bilhões).

Nos planos para 2012, a ETH quer produzir 3 bilhões de litros de etanol, 2,7 mil GWh/ano de energia e de 550 mil a 600 mil toneladas de açúcar. A meta é moer 40 milhões de toneladas e faturar R$ 4 bilhões (US$ 2,2 bilhões) daqui a dois anos. Se a líder do setor, a Cosan, não fizer nenhum movimento de aquisição ou partir para investimentos agressivos, a ETH poderá ocupar a liderança mundial em etanol de cana, como planeja.

A ETH, que tem como sócia a Sojitz, entra no negócio com cinco usinas em operação. A Brenco, cujos principais acionistas são BNDESPar, Tarpon Investiment e Ashmore, agrega à nova empresa duas usinas prestes a começar a moer e outras duas em fase de projeto. O foco é etanol e energia, mas a ETH quer manter uma base de produção de açúcar para dar equilíbrio ao negócio.

Também está nos planos da ETH acelerar o projeto da Brenco para a construção de um alcoolduto que ligará a produção no Alto Taquari, no Centro-Oeste, ao Porto de Santos. Dependerá de parceiros que queiram se associar. A Petrobras tem dutos ligando Paulínia, no interior paulista, a Santos, e seria uma parceira interessante. O projeto, que está em fase de licença ambiental, tem previsão de até três anos de obras, num total de 1.120 quilômetros.

No modelo de negócio da empresa, 40% dos investimentos serão com capital próprio e 60%, com empréstimos. Já se fala de abertura de capital na Bolsa (IPO). "Não é o objetivo inicial, mas, como a liderança exige um modelo de alta competitividade, o IPO deve ser feito até 2012", disse Grubisich.