23/05/13 15h19

Etanol e automóveis comandam retomada na Indústria paulista

Brasil Econômico

Boa parte do crescimento estimado em 4%para este ano na produção industrial de São Paulo será puxada pelo desempenho desses setores, com forte presença no interior


A recuperação no desempenho da indústria paulista neste ano, em trajetória de reversão do baixo resultado apresentado em 2012, vai ser comandada pelo aumento da atividade no interior do estado, enquanto a região metropolitana continua a perder espaço na geração de riqueza industrial.


Dados da Investe São Paulo, órgão do governo estadual, por exemplo, apontam o anúncio de seis projetos - todos no interior - este ano. Eles somam R$ 803 milhões em investimentos, com a possibilidade de oferta de 1.914vagas nos municípios de Itapetininga, Campinas, Mogi Guaçu, Tatuí e Pindamonhangaba.


A expectativa é de que o crescimento da indústria paulista atinja 4%até o fim de 2013, ante a queda de 3,9% registrada no ano passado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).


Dois setores estão no topo das atividades que mais têm crescido no interior: o sucroalcooleiro e a indústria automobilística. Ao longo da década, a produção de açúcar e álcool ampliou investimentos e produção, empurrando também outras atividades econômicas para fora das regiões nas quais se concentravam, conforme aponta pesquisa da Fundação Seade. A pecuária, por exemplo, foi uma das atividades que perdeu espaço para o setor sucroenergético.


Da mesma forma, segundo a Seade, o aumento da presença da indústria automobilística está puxando a atividade econômica nas áreas de Campinas e Sorocaba. “Esse movimento continua forte e só tende a se intensificar nos próximos anos”, diz a consultora Cristina Reis, do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi). “E um dos fatores que contribui para isso é a ampliação do aeroporto de Viracopos, em Campinas”.


Dados de criação de emprego em2013 também corroboram essa tendência. A indústria paulista criou 26.500 empregos em abril, dos quais 18.207 foram no setor de açúcar e álcool, segundo a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).


Sergio Prado, coordenador regional da União das Indústrias de Cana-de-Açúcar (Unica), aponta que a mudança do perfil do corte de cana no estado, com redução das áreas de queimada, trouxe melhorias para os trabalhadores, como maior remuneração. “Neste ano, teremos um bom resultado para etanol, por estarmos em um momento de recuperação do uso da capacidade”, diz.