Estudo aponta rumos para o setor de energia eólica no país
DCIMudanças na política energética e na política do setor elétrico brasileiros podem criar para o país uma matriz energética com grande participação de fontes renováveis, limpas e com custos mais baixos do que os atuais.
Essa é uma das conclusões da pesquisa "Desafios do setor de energia eólica no Brasil: uma abordagem sistêmica", desenvolvida por Naya Jayme Ringer no programa de pós-graduação em Administração de Organizações da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (Fearp) da USP. Segundo o estudo, as mudanças nas políticas governamentais incluem, por exemplo, priorizar fontes limpas e de custo mais baixo nos leilões de energia promovidos pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica. Segundo dados de junho de 2014 da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) a fonte corresponde a 4,6% da matriz energética brasileira, cerca de 4,6 GigaWatts. A expectativa da associação, entretanto, é que até o final de 2018 haverá 13,8 GigaWatts instalados no País.
O estudo apresenta uma analise ampla do setor utilizando abordagem sistêmica. "Esse tipo de abordagem e a utilização da Soft System Methodology permitiram que uma situação difusa e complexa fosse analisada, organizada e traduzida em ações reais", afirma Naya Ringer.
Além de organizar as informações disponíveis no Brasil, o estudo sugere algumas melhorias, que podem contribuir para aumento da participação da energia eólica na matriz energética nacional. A pesquisadora lembra que, por ser um setor em consolidação, ainda são necessários incentivos e políticas relacionadas à indústria eólica.
Incentivos incluem a ampliação de linhas de financiamento de longo prazo e melhorias em infraestrutura com ampliação da rede de distribuição e acesso aos parques eólicos. "É importante que o País altere a forma de ampliação da rede elétrica e organize o ambiente institucional do setor elétrico", diz ela.
"É importante que seja dado um prazo para que a indústria se nacionalize de forma fortalecida, prepare a transferência de tecnologia e, em uma segunda etapa, competir no mercado internacional", completa. A dissertação "Desafios do setor de energia eólica no Brasil", desenvolvida na FEA-RP/USP, teve orientação de Lara Bartocci Liboni Amui.