18/02/08 10h16

Estrutura do interior paulista atrai a nova fábrica da Toyota

Gazeta Mercantil - 18/02/2008

As cidades de Santa Bárbara d'Oeste e Sorocaba, no interior de São Paulo, deverão abrigar a futura fábrica da Toyota, montadora japonesa que busca ampliar sua participação no Mercosul com o lançamento de um carro monovolume de entrada. A empresa já começou a consultar os fornecedores para a produção de componentes que irão equipar o novo automóvel - que deverá ser o compacto Yaris, carro com o perfil mais indicado para a maioria dos consumidores da América do Sul. Com algumas empresas de autopeças, a montadora tem realizado as reuniões inclusive na matriz no Japão. Como em toda operação que envolve grande investimento industrial, a Toyota não confirma. Mas fontes do mercado dão como certo que Sorocaba abrigará a montagem de automóveis e Santa Bárbara d'Oeste ficaria com a produção de motores. Por que Sorocaba e Santa Bárbara d'Oeste? Servida por boas estradas e perto dos grandes centros consumidores e do porto de Santos, a região seria a melhor forma de escoar a produção entre o Brasil e o Mercosul, além de se constituir em pólo metalmecânico. A Toyota tem sua principal fábrica, em Indaiatuba (SP), situada geograficamente entre a duas cidades, distante menos de 50 quilômetros de Sorocaba e Santa Bárbara. Além disso, já tem vários fornecedores na região do interior paulista. Um parque industrial quase unificado poderia ter pesado na decisão a favor de São Paulo, que já tem uma mão-de-obra treinada pelos exigentes padrões de produção japonês. Hoje, no mercado brasileiro a Toyota tem 3,1% de participação, ao fechar 2007 com a venda de 72 mil veículos entre automóveis e comerciais leves. A montadora já anunciou que tem planos ambiciosos para o Brasil. Ela quer estar entre as quatro principais montadoras - posições hoje ocupadas por Fiat, Volkswagen, GM e Ford, nesta ordem. O crescimento no Brasil é importante para a Toyota dominar o mercado - ela quer 15% das vendas mundiais em 2012 - já que o País está entre os oito mercados mais importantes. A Toyota tem pesada tarefa pela frente no Brasil. Para sair da 8ª colocação e estar entre as quatro primeiras vai ter que investir muito. Cada ponto percentual equivaleu no ano passado a R$ 750 milhões (US$ 426,14 milhões), considerando o valor médio de R$ 30 mil (US$ 17 mil) por carro. Em quarto, lugar a Ford fechou no ano passado com 10,55%. Só para chegar ao tamanho da Ford a Toyota terá de faturar mais cerca de R$ 5 bilhões (US$ 2,84 bilhões).