19/12/07 09h23

Estratégias diferentes para carros de entrada

Gazeta Mercantil - 19/12/2007

Com preço de entrada de R$ 25.190,00 (US$ 14,15 mil), a Ford colocou itens de série que se distanciam do que se pode chamar de carro básico. Travas elétricas das portas, controle remoto de abertura de portas e tampa do porta-malas, alarme, pára-choques na cor da carroceria e até indicador de manutenção no quadro de instrumentos somam um custo na casa dos R$ 700,00 (US$ 393). A fábrica teria condições de oferecer preço quase igual ao do Mille quatro-portas. Preferiu, porém, proporcionar certo grau de superioridade em relação ao existente hoje. Para alcançar esse patamar, as concessionárias abriram mão de parte da margem, fornecedores e sindicatos colaboraram e o governo paulista liberou créditos de impostos retidos. Além de 80% de peças não-visíveis aproveitadas de outros modelos da marca. A Ford reformulou as linhas quase exóticas do carro subcompacto de 4 lugares desenhado por Claude Lobo, lançado em 1996 na Europa e apenas seis meses depois no Brasil. Só as portas têm algum vínculo com o Ka original. O novo cresceu 4 cm na altura, 1 cm na largura e 22 cm no comprimento. O volume do porta-malas cresceu de 186 para 263 litros e o tanque de combustível ganhou 3 litros - os 45 litros atuais ainda perdem para os concorrentes. Dirigibilidade e comportamento em curvas continuam entre os destaques preservados, bem como a alavanca de câmbio elevada e bem precisa nos engates. É o DNA da Ford. Na frente, adotou-se subchassi para filtrar melhor as irregularidades do solo. Em piso muito ondulado há algum incômodo, talvez por molas e amortecedores mais duros que o ideal.