19/08/09 11h07

Estratégia da Saab é reforçar parceria com Embraer

Valor Econômico

Na reta final da concorrência para o fornecimento de 36 caças de múltiplo emprego, a sueca Saab promete transformar o Brasil em plataforma de exportação de seus aviões e se esforça para convencer a FAB de que o novo jato da empresa deixou para trás os principais obstáculos apontados por seus críticos na disputa anterior. Na primeira versão do projeto F-X, encerrada em 2005 sem nenhuma compra, a Saab ofereceu o caça Gripen C/D. A aeronave teve boa avaliação operacional, mas houve ressalvas quanto à autonomia de voo e a possíveis vetos na transferência de tecnologia, já que um terço dos componentes é de origem americana - os outros dois terços, divididos de forma mais ou menos igual, são de fornecedores suecos e do restante da Europa.

Janér garante que a Saab obteve do governo da Suécia "todas as licenças necessárias" para transferir tecnologia ao Brasil e fornecedores locais poderão entrar no projeto enquanto ele ainda está em andamento. Se vencer a disputa do F-X2, a Gripen pretende fabricar junto com a Embraer não somente os caças para a FAB, mas também para futuras encomendas de terceiros países, conforme promete o executivo. A matriz sueca calcula em até 15 mil o número de empregos diretos e indiretos que serão gerados no país. "Estamos propondo criar uma plataforma sueco-brasileira", define o executivo.

No Brasil a Saab mantém, desde 2001, uma parceria com a Embraer na área de sistemas aéreos de alerta antecipado. A empresa forneceu para a Embraer o sistema de vigilância Erieye, que foi integrado na aeronave ERJ-145, desenvolvida inicialmente para equipar o Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam). A Força Aérea Brasileira (FAB) adquiriu cinco dessas aeronaves que atuam hoje com a designação E-99m. O modelo também foi comprado pelo México e a Grécia. "Temos trabalhado em conjunto com a Embraer na exportação dessas aeronaves e estamos com propostas na África do Sul, Omã e Malásia", diz o presidente mundial.