07/01/09 10h50

Estoque baixo nas lojas dá fôlego à indústria

Valor Econômico - 07/01/2009

As varejistas de calçados encerraram o ano com crescimento médio de 5% e estoques praticamente zerados. As vendas no Natal cresceram e surpreenderam os lojistas, que tinham optado por reduzir as encomendas com medo de encalhe de mercadorias. "A previsão inicial era que esse Natal fosse igual ao de 2007 ", disse Francisco Santos, presidente da Couromoda, feira de calçados que acontece na próxima semana em São Paulo. Com 12 lojas em São Paulo, Belo Horizonte e Goiânia, a EmpórioNaka registrou aumento de 5% nas vendas do Natal e reduziu o volume de encomendas. "Acompanhamos o setor, que comprou menos. Fomos conservadores para evitar tantas liquidações logo no começo do ano", afirmou Grazziela Santos, diretora de expansão da EmpórioNaka. Com o baixo estoque de mercadorias no varejo, fabricantes como Grings, dona da marca Picadilly, e West Coast acreditam que poderão fechar bons negócios. A previsão é que a feira gere vendas de pelo menos R$ 6 bilhões (US$ 2.6 bilhões). "Esse valor é semelhante ao de 2008. Mesmo com alguns fatores positivos, prefiro ser conservador por causa do atual cenário de crise", disse o executivo. O setor de varejo de calçados e acessórios movimenta por ano cerca de R$ 30 bilhões (US$ 13 bilhões) e tem 40 mil pontos de vendas no país, segundo a Associação Brasileira de Lojistas de Artefatos e Calçados (Ablac). O mercado nacional, em 2007, consumiu 553 milhões de pares dos 750 milhões produzidos pela indústria brasileira de calçados. Nesta 36ª edição da feira, os fabricantes brasileiros estarão de olho nos clientes estrangeiros, principalmente americanos e europeus. Muitos deles perderam encomendas ou tiveram problemas devido à quebradeira de fabricantes de calçados chineses nesses últimos meses. Os brasileiros querem retomar as exportações de calçados, cujo preço ao consumidor gira em torno de US$ 40. A Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal) acredita que os negócios em seu estande somem US$ 3 milhões, ante os US$ 780 mil de 2007.