06/11/14 14h26

Estado prevê gasoduto entre Bacia de Santos e Campinas

Agência Metropolitana de Campinas

O governo de São Paulo, em parceria com a iniciativa privada, vai construir um gasoduto para levar o gás natural da bacia de Santos até os polos industriais do Estado. O investimento no empreendimento será de R$ 11 bilhões (US$ 4,4 bilhões) e a iniciativa tem como meta aumentar a oferta de gás natural no Estado, reduzir a dependência do produto distribuído pela Petrobras e baratear o preço do gás. Regiões industriais como Campinas vão se beneficiar com a possível queda no custo do produto e também com a geração de tecnologias para o setor. O projeto foi um dos temas abordados, ontem, pelo secretário estadual de Energia, Marco Antônio Mroz, durante a abertura do Campinas Oil & Gas Edição 2014 (Campetro) realizado no Expo D. Pedro. Hoje acontece uma rodada de negócios.

O secretário afirmou que pelo Estado de São Paulo circulam 50 milhões de metros cúbicos por dia pelos três gasodutos que cortam o território paulista. “Mas boa parte desse gás não fica no Estado. Dois gasodutos são utilizados para levar gás a outras regiões do País. Apenas um atende à demanda estadual”, disse. Ele salientou que hoje as concessionárias de gás natural dependem exclusivamente da Petrobras para obter o produto.

Mroz comentou que o projeto será realizado pela iniciativa privada. “O gás virá da exploração das empresas na Bacia de Santos. O gasoduto virá do Litoral até a região da Capital, de onde será distribuído pelas concessionárias para todas as regiões do Estado. O custo do gás deve cair porque vai aumentar a concorrência e as concessionárias poderão comprar direto das empresas produtoras”, disse. Ele informou que o custo da molécula de gás para a Petrobras é deUS$ 1, mas as concessionárias pagariam US$ 8 para a estatal de petróleo. “O objetivo é tornar mais competitivo o custo do produto e facilitar o acesso ao gás natural. Temos duas usinas térmicas que deverão entrar em operação, mas não temos gás para que elas possam funcionar”, afirmou.

O secretário ressaltou que o gasoduto vai permitir incrementar em 16 milhões de metros cúbicos por dia a quantidade de gás natural disponível em São Paulo. Ele salientou ainda que o barateamento do gás irá elevar a competitividade dos polos industriais e também incrementar a geração de tecnologia. “Outra vantagem será o aumento do recolhimento de ICMS com o gás. Hoje, as divisas com o produto ficam em Estados com o Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul”. O projeto estará em operação num prazo de cinco a seis anos.