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ERSA surge e planeja investir US$ 1,04 bi em energias renováveis

Valor Econômico - 31/07/2007

O negócio de geração de energia a partir de fontes renováveis, como bagaço da cana e de madeira, eólica e pequenas centrais elétricas (PCH), começa a ficar atrativo aos olhos de investidores locais e estrangeiros. Um motivo apontado é a perspectiva de oferta apertada e até de falta do insumo nos próximos anos. O Pátria Investimentos, em parceria com o fundo americano Eton Park, criou a Empresa de Investimentos em Energias Renováveis S.A. (ERSA). A empresa, que nasce com capitalização de R$ 432 milhões (US$ 224,5 milhões), tem como sócio o Fundo de Investimentos em Participações do BBI (grupo Bradesco), que está em fase final de criação. A ERSA foi formatada pelo Pátria ao longo dos últimos sete meses. Inicialmente, o Pátria Energia aportou R$ 84 milhões (US$ 43,7 milhões) na criação da empresa, com recursos captados no Brasil. Esse valor viabilizou a aquisição de quatro concessões de PCHs em Minas Gerais (três) e Santa Catarina. Depois chegaram o Eton Park, com aporte de R$ 165 milhões (US$ 85,76 milhões), e o BBI, com R$ 94 milhões (US$ 48,9 milhões), subscrevendo ações e debêntures conversíveis. O Pátria elevou sua fatia para R$ 173 milhões (US$ 90 milhões) e ficará com a gestão do negócio. A ERSA terá controle acionário compartilhado dos três sócios, informa Castello Branco. As quatro usinas PCHs, cujas obras começam neste semestre e início de 2008, terão potência de geração de 77 megawatts (MW). O conceito de PCH, no jargão técnico do setor elétrico, é relativo a hidrelétricas com potência de geração de até 30 MW. O plano dos três investidores para a ERSA é ambicioso. O objetivo é alcançar capacidade de geração superior a 600 MW no prazo de cinco anos. A estratégia tem foco na construção ("greenfields") de PCHs, térmicas a partir de biomassa e gás metano e unidades eólicas, mas não estão descartadas aquisições de empreendimentos em operação. Para atingir essa meta, são previstos investimentos de R$ 2 bilhões (US$ 1,04 bilhão). Esses recursos virão via financiamentos e uma das fontes será o BNDES, banco federal de fomento que tem apoiado o setor.