26/10/10 10h11

Entre grandes empresas, 70% fizeram inovações no 2º tri, mostra pesquisa

Valor Econômico

No segundo trimestre deste ano, sete em cada dez grandes empresas brasileiras, aproximadamente, fizeram inovações em seus produtos ou processos de produção. A mesma proporção manifestou intenção de continuar inovando no trimestre seguinte, segundo nova Sondagem de Inovação da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI). A pesquisa, respondida por cerca de 200 empresas - das quase 1,6 mil indústrias com mais de 500 empregados -, mostrou que, no segundo trimestre do ano, 71,5% fizeram algum tipo de inovação tecnológica, índice pouco inferior aos 74% que, na sondagem anterior, informaram a intenção de adotar inovações em suas fábricas, no período entre abril e junho.

Entre o primeiro e o segundo trimestres, cresceu o número de empresas que adotou inovações nos produtos (de 52,4% para 57%), mas caiu (de 55,2% para 50,8%) a quantidade das que introduziram novos processos produtivos. Um dos principais responsáveis pelo aumento na inovação de produtos foi a ampliação da oferta de produtos das empresas; 35,8% delas informaram ter passado a fabricar até três produtos que, apesar de existentes no mercado, não constavam de sua linha de mercadorias. Chega a quase 8% o número das que introduziram mais de sete produtos novos. O percentual dos que não introduziram nenhum produto novo baixou de 51,4% no primeiro trimestre para 46% no segundo. Ficou constante, em torno de 18%, o percentual das firmas que acrescentaram à sua oferta produtos novos não existentes no mercado nacional.

A redução do número de processos novos introduzidos no mercado fez cair à metade (de 10,5% a 5,2%) a quantidade de grandes empresas que realizou, no segundo trimestre, inovações simultâneas, em processos e em produtos, para o mercado nacional. A maior parte das empresas que adere a inovações parece fazê-lo, porém, apenas para atualizar-se em relação ao mercado. O número de empresas que declarou a intenção de introduzir inovações ainda não existentes no mercado brasileiro até caiu no segundo trimestre, para menos de 23% - bem abaixo dos 29,5% que deram a mesma resposta na primeira sondagem.

Para os responsáveis pela sondagem, as variações registradas em relação aos três primeiros meses do ano foram "pouco significativas", na maior parte dos indicadores, o que já era esperado pelos técnicos. Alguns números, porém, apontam para uma melhoria no cenário de inovação. Enquanto no primeiro trimestre, por exemplo, 34% dos pesquisados haviam informado que os investimentos em inovação tinham aumentado em relação ao trimestre anterior, nesta sondagem o percentual subiu para 42%.

Iniciada neste ano, a pesquisa inda não permite avaliar quais mudanças refletem alterações no ânimo dos empresários e quais refletem fatores sazonais (férias, fim de ano etc). A manutenção de indicadores relativamente altos na intenção dos empresários em inovar é interpretada pela ABDI, porém, como bom sinal, de "movimento consistente" de inovação entre as grandes empresas. As pressões de custo e demanda dos clientes estão entre as principais pressões para inovar no trimestre. Outros fatores importantes, apontados por mais de 60% das empresas, são a busca de maior fatia de mercado e o crescimento da demanda interna.