20/08/09 14h17

Engebasa investe em energia eólica e cresce

Valor Econômico

O português José Quina Diogo acostumou-se na vida a enfrentar o desconhecido e a apostar no futuro. Com apenas 14 anos de idade apostou na área de mecânica para tentar vencer no novo país. E conseguiu. Vinte anos depois montou a Engebasa, instalada em Cubatão (SP), para atender principalmente a ex-Cosipa, hoje Usiminas. No ano passado, aos 70 anos, o emigrante resolveu dar um novo rumo aos negócios e investiu na construção de torres para energia eólica, uma área que no país ainda está engatinhando.

Montado em 2008, o novo negócio da empresa, em 13 meses, produziu 80 torres sob encomenda de dois grandes fabricantes de hélices e aerogeradores: a argentina Impsa e a indiana Suzlon, instaladas no Nordeste. Esta semana, a cidade de Camocin (CE) inaugura um novo parque de energia eólica, com 50 aerogeradores, com capacidade de 104,1 megawatts (MW). Nesse projeto, a Engebasa participa com 40% das torres. O risco do negócio tende a reverter-se ainda mais com o leilão programado para o dia 25 de novembro quando o país oferecerá ao setor privado a oportunidade de aumentar a capacidade instalada de energia eólica dos atuais cerca de 390 MW para 1,4 mil MW no fim de 2010. Em 2005 eram apenas 29 MW.

Confessa o proprietário que são as torres que estão segurando o faturamento da unidade de Cubatão. Seus principais clientes de usinagem foram atingidos pela crise econômica e houve uma queda abrupta de encomendas. A receita bruta estimada para 2009, de R$ 55 milhões (US$ 28,9 milhões), deverá ter uma participação de 90% da fabricação de torres. Para 2010, com previsão de vendas de toda a produção (usinagem e torres), equivalentes a R$ 130 milhões (US$ 68,4 milhões), as torres ainda deverão responder por cerca de 85%.

Para isso, a empresa está investindo R$ 11 milhões (US$ 5,8 milhões), com ampliação de 10 mil metros quadrados na área operacional e aquisição de equipamentos, como máquinas de solda, calandra, pontes rolantes, cabine de pintura, entre outros. A meta é passar a produção de oito torres por mês para 14, o que dá uma projeção de 168 unidades anuais. O número de funcionários deverá subir de 230 para 280.