03/06/08 15h41

Endividamento menor estimula onda de fusões

Gazeta Mercantil - 03/06/2008

Empresas menos endividadas e o crescimento econômico brasileiro tendem a sustentar uma nova onda de fusões e aquisições (F&A) no País. Os dois graus de investimento recentemente conquistados - dados pela Standard & Poor's e pela Fitch - também ajudam, em especial na direção de uma maior participação de estrangeiros nesses negócios. Levantamento da consultoria Economatica com 283 empresas listadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), excluindo bancos, mostra queda de quase dez pontos percentuais no endividamento das companhias. A relação patrimônio líquido/dívida bruta caiu de 67,1% em 2005 para 58,8% em 2007. Para o líder da área de finanças corporativas da Delloite, José Paulo Rocha, a tendência é de um crescimento maior das F&A em três setores: infra-estrutura, TI e varejo. No primeiro trimestre do ano foram feitas 117 transações no País, um crescimento de 24% sobre igual período de 2007, sendo 24% no setor de serviços, 8,5% em TI e 8,5% em alimentos, segundo a consultoria. O aumento do número de F&A tem levado à criação de empresas para atuar no ramo. É o caso do que ocorreu no ABC, banco que criou uma área para atender empresas com faturamento de R$ 50 milhões (US$ 30,7 milhões) a R$ 300 milhões (US$ 184 milhões). "Uma das vantagens que temos nessa concorrência é que, como banco, oferecemos o financiamento para as operações", diz o responsável pela divisão de fusões e aquisições do ABC, Carlos Luftalla. Outro exemplo é a G 5 Advisors, há um ano no mercado e cujo foco também são transações de menor porte.