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Encarte publicitário inspira abertura de livraria

Valor Econômico - 21/01/2008

Os sócios Carlos Furlan e Fábio Moreira não se intimidaram com a vizinhança. Após um ano de andanças pela cidade de São Paulo à procura de um local para abrir uma livraria, os proprietários da Leia Mais, agência de publicidade especializada no mercado editorial, se encantaram com uma casa no bairro Perdizes, na Zona Oeste. O fato de haver outras cinco livrarias próximas do endereço escolhido não afetou a decisão. Depois de meses de reforma e um investimento de R$ 1 milhão (US$ 568,2 mil), os empresários inauguraram, em dezembro, a livraria Espaço Leia Mais. Atualmente, no local de 500 m, vende-se livros, CDs e DVDs. Ainda no começo deste ano, o mix de produtos será ampliado para eletrônicos e itens de informática. A aposta, segundo eles, foi acertada. O índice de leitura dos moradores é alto e há muitos estudantes na região, tanto de colégios quando de faculdades - como a Pontifícia Universidade Católica (PUC). Ainda mais: é um bairro com leitores seletivos. Após um mês lidando com o público, Furlan percebeu que precisava reorganizar a oferta de títulos. O projeto inicial da Leia Mais, no entanto, não passava pelo varejo. O jornalista Furlan e o publicitário Moreira se conheceram ao trabalhar na Editora Escrituras. Juntos bolaram um produto publicitário para o mercado editorial. Criaram o Leia Mais, hoje um encarte de 32 páginas e tiragem de 52 mil exemplares distribuído em jornais de grande circulação. O encarte, menor que um tablóide, é recheado de propaganda de livros - espaço comprado pelas próprias editoras. Porém, os leitores confundiam o encarte publicitário com uma livraria. "As pessoas ligavam para a empresa encomendando livros", lembra Moreira. "Foi então que surgiu a idéia de abrirmos uma loja virtual. Mas achamos que, para dar credibilidade ao negócio, era preciso ter uma loja física antes." A loja física já está aberta. Agora, os sócios preparam-se para lançar, este mês, o serviço de televendas e, em março, a loja virtual. Eles acreditam obter até o meio do ano uma receita mensal de R$ 500 mil (US$ 284 mil) com o braço varejista. A estratégia para alcançar a meta é agressiva: abaixar o preço. "Todos os livros, até os lançamentos, serão entre 15% a 30% mais baratos do que o preço de capa (sugerido pelas editoras)", afirma Furlan.