03/11/09 11h12

Empresas vão à Arábia em busca de negócios

DCI

Empresários brasileiros dos setores de alimentos querem ampliar os 16% de participação brasileira nas exportações para a Arábia Saudita. Com esse objetivo, 16 empresas nacionais seguem para a Saudi Agro-Food em Riyadh, um dos maiores eventos de negócios de alimentação do Oriente Médio, que acontece de 1º a 4 de novembro. A comitiva conta com as empresas: Brasil Foods, Bauducco, Itambé, Minerva, Tirolez, Mococa, Dori, Riclan, Cooperfrigu, DXB, Tradeagro, Emit, Alliance, Milly, Germiterra e Florestal.

Para Tatiana Novaes, diretora de Vendas e de Marketing da Conceito Brasil, representante oficial e exclusiva do evento, a Arábia Saudita é um mercado que o Brasil tem que se consolidar, uma vez que abrange 80% do mercado de alimentos no Oriente Médio. Novaes afirmou ainda que as empresas esperam um retorno de US$ 3 milhões em negócios imediatos, que serão fechados nos quatro dias do evento, e tem a projeção de atingirem os US$ 20 milhões nos 12 meses seguintes.

De acordo com Michel Alaby, secretário-geral da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, os países do Oriente Médio têm muito dinheiro para investir e gostam de encontros "cara a cara". Ele afirmou ainda, que pela primeira vez, empresas brasileiras irão oferecer aos empresários locais a possibilidade de experimentar produtos, e não somente verem as embalagens. "Agendamos visitas da comitiva brasileira no supermercado Carrefour da Arábia e fechamos um acordo para um festival de produtos do Brasil no maior grupo varejista do país, o Panda, o que possibilitará aos compradores terem o produto antes que as empresas façam acordos de compras dos produtos", explicou.

"O mercado árabe é prioritário para a Brasil Foods [BRF]", a afirmação foi feita pelo presidente da Sadia e co-presidente do Conselho Administrativo da BRF, Luís Fernando Furlan. "Já temos um terreno no Oriente Médio, mas ainda não sabemos onde vamos abrir a nova fábrica", disse Furlan, referindo-se ao projeto de instalar uma unidade produtiva nos países árabes. Segundo uma fonte da empresa a participação na feira será para analisar a receptividade dos outros países do Oriente Médio, antes de escolher o local exato para a fábrica.

Para o gerente da Câmara, Rodrigo Solano, a instalação de uma fábrica nos países árabes será bastante positiva para o fortalecimento da BRF no mercado árabe. "Um dos caminhos para as empresas é justamente estabelecer parcerias, joint ventures nos países onde pretendem aumentar sua participação de mercado. Hoje existe a concessão de vários benefícios para empresas brasileiras que queiram se estabelecer nos países árabes", afirmou.

De acordo com informações da Sadia, as vendas para o Oriente Médio responderam por 31% das exportações da companhia. Segundo relatório do Mdic, em 2008 a Sadia exportou mais de R$ 50 milhões (US$ 29,1 milhões) apenas para a Arábia Saudita. Já a Perdigão divulgou que em 2008 os países do Oriente Médio foram destino de 25,6% das exportações da empresa.