29/04/11 11h22

Empresas se adaptam à nova classe média

Folha de S. Paulo

A ascensão das classes sociais e o aumento da concorrência vêm alterando a estratégia de negócios das empresas, segundo a 7ª Pesquisa de Líderes Empresariais Brasileiros, feita pela PwC Brasil. O estudo mostra que 52% dos entrevistados fizeram mudanças significativas em suas atuações. Pequenas mudanças ocorreram em 40% das empresas dirigidas pelos participantes da pesquisa. Apenas 6% mantiveram o perfil de atuação.

A principal motivação para alterar a estratégia foi a nova base de clientes, devido à ascensão das classes C e D. Para 24% dos entrevistados, esse fator foi determinante. A concorrência também é outra justificativa. Para outros 24%, o desenvolvimento do mercado e a entrada de novas empresas motivaram a mudança de estratégia. Vinte por cento dos entrevistados afirmam que a necessidade de se adaptar à regulação motivou a alteração nos rumos dos negócios.

A Pesquisa de Líderes Empresariais consultou 1.201 executivos de 69 países. O resumo da parte brasileira do levantamento foi apresentado ontem na versão para a América Latina do Fórum Econômico Mundial, que acontece até amanhã no Rio. Os empresários brasileiros manifestaram preocupação com a falta de mão de obra qualificada. Pela primeira vez, o tema esteve entre as três maiores preocupações quando a questão foi a ameaça aos negócios da empresa. A falta de qualificação pessoal ficou atrás apenas dos entraves que o excesso de regulação causam. Abaixo, veio a preocupação do protecionismo de outros países. A infraestrutura, que já foi a principal dor de cabeça para os executivos, é agora a 4ª maior preocupação do empresariado brasileiro.

Questionados sobre as perspectivas de negócios em 2011, 58% dos entrevistados brasileiros disseram estar muito confiantes. Na média de outros países, 48% tinham essa impressão. Quanto às expectativas para os próximos três anos, 50% responderam estar muito confiantes. Nos outros países, o percentual foi de 51%.