05/11/09 11h27

Empresas reativam altos-fornos desligados

O Estado de S. Paulo

No período mais crítico de queda de demanda, seis dos 14 altos-fornos das grandes usinas brasileiras foram abafados simultaneamente, fato inédito na história da siderurgia nacional. Permaneceram assim por mais de três meses, quando o período normal de manutenção não chega a dois. Atualmente, apenas dois continuam fora de operação: um da Usiminas e outro da Arcelor Mittal Tubarão.

O diretor de Planejamento do BNDES, João Carlos Ferraz, evita defender abertamente a expansão do parque siderúrgico, mas aponta a retomada da produção como um sinal de que o ambiente propício para novos investimentos está se restabelecendo. "O primeiro passo já foi dado, que foi religarem os altos-fornos. Agora, as empresas devem começar a desengavetar os projetos, mas a avaliação deles vai depender de como vai estar o mercado externo."

Ele lembra as investidas da gigante Arcelor Mittal, que elegeu o Brasil, ao lado da Índia, como uma de suas principais plataformas de investimentos no pós-crise. O grupo manifestou interesse pelo projeto da siderúrgica capixaba da Vale, Ubu, mas seus investimentos em mineração podem afastar a brasileira da parceria, com a possibilidade de não ser a fonte exclusiva de matéria-prima do empreendimento.

Depois de perspectiva de investimentos no setor até 2012 ter despencado de R$ 61 bilhões (US$ 35,5 bilhões) para R$ 25 bilhões (US$ 14,5 bilhões) no final de 2008, após o estrago da crise na demanda mundial por aço, os técnicos identificaram que o dinamismo do mercado interno e a recuperação das compras internacionais voltaram a dar confiança aos empresários. Em agosto deste ano, a perspectiva de investimentos para os próximos três anos já havia subido para R$ 29 bilhões (US$ 16,9 bilhões).