19/04/09 11h28

Empresas já pensam no pós-crise

O Estado de S. Paulo - 19/04/2009

Nas próximas semanas, os executivos do Pão de Açúcar devem se reunir para decidir o ritmo de investimentos até o fim do ano: se pisam no acelerador ou mantêm a velocidade atual. Em novembro, quando foi aprovado o orçamento de 2009, ficou acertado que os investimentos poderiam variar de R$ 500 milhões (US$ 227.3 milhões) a R$ 1,2 bilhão (US$ 454.4 milhões), de acordo com três cenários distintos. Como as vendas nos três primeiros meses ficaram acima das expectativas, é provável que a partir de agora o velocímetro se altere. "Com a crise, não pusemos o pé no freio. Decidimos controlar o acelerador", diz o vice-presidente de Logística e Tecnologia do Pão de Açúcar, Hugo Bethlem.

Passados seis meses do estouro da crise internacional, as empresas brasileiras partem para o segundo tempo. No início, a reação mais comum foi de desespero - no caso das exportadoras e produtoras de commodities (áreas de siderurgia, mineração, papel e celulose), a queda na demanda foi tão brutal que as demissões em massa e o fechamento de unidades de produção foram inevitáveis. Agora, já se começa a ver menos decisões de impulso e mais ações estratégicas, com efeito de médio ou longo prazos. Para muitas empresas - sobretudo aquelas com algum dinheiro em caixa -, esse novo cenário também tem servido para aumentar a distância entre elas e seus concorrentes mais fracos.