02/03/09 10h20

Empresas investem em cultura para ter ganho de imagem

O Estado de S. Paulo - 02/03/2009

Em tempos de crise econômica, quando os cortes de investimentos entram em cena, o dinheiro aplicado em ações de marketing cultural deveria resistir. A principal razão para isso, segundo o americano Arthur Cohen, sócio da LaPlaca Cohen, empresa especializada em ações de marketing cultural, está na sensação de estabilidade e continuidade que esse tipo de marketing consegue passar para uma marca, num momento em que todos correm, por conta das incertezas, atrás de segurança. Cohen esteve no Brasil há algumas semanas para falar sobre o tema em evento patrocinado pela Luxury Marketing Council (LMC), da qual faz parte a agência de propaganda JWT, onde se deu o encontro para convidados. "A crise deixa as pessoas inseguras e, nesses momentos, a audiência fica presa a valores essenciais. Aumentam visitas a museus, centros culturais e espetáculos", disse ele, tomando como base recente pesquisa feita nos Estados Unidos. Conhecedor do discurso de Cohen, o diretor de marketing do Bradesco, Luca Cavalcanti, diz que investimentos em marketing cultural realmente funcionam, desde que respeitem um planejamento de longo prazo. Quase a metade dos R$ 500 milhões (US$ 217.4 milhões) investido anualmente em marketing pelo Bradesco é dedicada a eventos. São mais de 800 deles, entre festas regionais, comunitárias e nacionais, como o carnaval. Para o diretor de marketing do banco HSBC no Brasil, Marcello Velloso, a estratégia de associar marcas a projetos culturais em tempos de crise faz todo o sentido. É uma ação que traz retorno a longo prazo.