11/09/09 10h42

Empresas do setor imobiliário garantem que a crise acabou

DCI

A crise da economia mundial está em sua fase final se depender do otimismo que paira sobre o setor da construção civil brasileiro. Segundo o diretor de Relações com Investidores da Rodobens Negócios Imobiliários, Luciano Guagliardi, a crise financeira teve o seu fim no mercado brasileiro da construção com a entrada do programa federal "Minha Casa, Minha Vida", no dia 13 de abril. "Isso foi o divisor de águas para o setor", afirma o executivo. Ele explica que para aproveitar o cenário, a Rodobens pretende direcionar 90% dos seus negócios ao segmento econômico e a estratégia é preservar o capital dos acionistas.

Já algumas das grandes empresas do setor aproveitam o terreno fértil e, em menos de três semanas, protocolaram pedidos de ofertas primárias de ações ordinárias, que somadas, pretendem captar cerca de R$ 2 bilhões (US$ 1,1 bilhão). A primeira a aproveitar o gancho foi a MRV Engenharia e Participações. A companhia protocolou, em maio, a distribuição primária de ações com pretensão de capitalizar entre R$ 350 milhões (US$ 189,2 milhões) e R$ 450 milhões (US$ 243,2 milhões). Nas últimas três semanas, a Multiplan Empreendimentos Imobiliários fez pedido de oferta primária de R$ 650 milhões (US$ 351,4 milhões). A PDG Realty apresentou ao mercado o pedido para capitalizar cerca de R$ 750 milhões (US$ 405,4 milhões). A Rossi Residencial protocolou distribuição de aproximadamente R$ 600 milhões (US$ 324,3 milhões). E, por fim, foi a vez da Brookfield Incorporações, ofertando entre R$ 500 (US$ 270,3) e 700 milhões (US$ 378,4 milhões).

Conforme Guagliardi, cada empresa apresenta o seu ciclo para arrecadar recursos. "Nós pretendemos captar nossos recursos com nossos produtos", diz. Segundo o executivo, o ciclo natural de uma empresa de capital aberto é, após alguns anos depois de seu IPO, utilizar ferramentas pra arrecadar recursos. "Esse é um ciclo normal para as empresas continuarem a crescer. E o programa federal é um gancho para tal", completa.

Conforme pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) sobre o Índice Nacional da Construção Civil do mês de agosto, a demanda do mercado da construção pode estar aumentando. Até agosto, já há uma alta acumulada de 4,3% nos custos. O resultado fica abaixo do registrado no mesmo período de 2008, quando o acréscimo foi de 7,72%. Mas na época, a crise financeira mundial era apenas boato, tendo em vista que a sua precursora, a concordata do banco de investimento Lehman Brothers, aconteceu apenas no dia 15 de setembro.