Empresas do ABCD oferecem serviço de TI para microempreendedores

Falta de conhecimento e de recursos coloca tecnologia como uma dificuldade para pequenas empresas

A falta de conhecimento em tecnologia e de maiores recursos financeiros muitas vezes se torna uma dificuldade a mais para quem decide abrir o seu próprio negócio. É por este motivo que empresas na Região, assim como em outros locais, têm buscado oferecer serviços de TI (Tecnologia da Informação) específicos para microempreendedores e empresas de pequeno porte, como afirma o consultor de negócios do escritório regional no ABCD do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) José Ferreira.

“Atualmente, (o serviço de TI) é acessível para os pequenos, há empresas de pequeno porte que oferecem serviço para pequenas empresas também”, afirma. “As empresas que hoje não se beneficiam da tecnologia acabam ficando para trás. (A TI) facilita a gestão e libera o empreendedor para que enfoque nas vendas e na melhoria do serviço”, analisa.

Foi com esta proposta que a empreendedora de São Caetano do Sul, Flávia Fonseca, 35, por exemplo, criou há dois anos a empresa Gestão TI4u com serviço de Tecnologia da Informação especializado para microempreendedores e pequenos negócios. “Já trabalho há muitos anos com tecnologia e comecei a pensar se não havia os mesmos problemas nas pequenas empresas”, conta. O serviço de TI é oferecido a um custo menor em relação ao realizado para empresas maiores e também com linguagem mais fácil. “Fazemos consultoria de mercado e damos treinamento presencial, que prefiro chamar de como ‘ensinar a usar’. Não é preciso falar que vai se instalar um hotspot, mas apenas a internet gratuita no estabelecimento”, defende ela em relação a muitos casos em que microempreendedores tem pouco contato com a tecnologia.

Flávia participou até esta semana da Feira do Empreendedor do Sebrae, na Capital, na qual diz ter focado em negócios para o ABCD, e também no lançamento do site de tecnologia Tech PME, voltado para o público pequeno empreendedor.

“Muito se fala em tecnologia para empresas, mas ninguém apresenta soluções para os empresários de pequeno porte. Até hoje, não existe no Brasil um canal de comunicação que contenha esse tipo de informação”, critica.

Automação e falta de serviços

Nelson Thomé Jr, 48, é outro empresário que atende microempreendedores e empresas de menor porte com o serviço TI. É o responsável pela Primordial Consultoria e Sistemas, criada em 1998, que possui linha de negócios específica voltada para esse público. “(A tecnologia da informação) é um sistema fiscal. Sem ele, a empresa não funciona”, afirma. “Para o microempreendedor, você vai com o foco em automação comercial, como controle de estoque”, fala em relação ao diferencial do serviço.

Eliseu Augusto, 61, é microempreendedor na área de gestão de obras e conta que começou a utilizar o serviço de TI específico para microempreendedores pela necessidade de ter um sistema que interligasse as suas planilhas financeiras. “Para o microempreendedor, não pode ter custo alto (o serviço). Às vezes o microempreededor não tem tempo e conhecimento (para fazer o serviço sozinho)”, ressalta.

Entretanto, Luiz Martins, 51, empreendedor na área de turismo e que utiliza o serviço mais específico, afirma que é ainda difícil encontrar o serviço de TI voltado para empresas menores. “A gente sempre encontra necessidades de TI que o mercado supre com enlatados (programas importados). Alguns serviços para o microempreendedor só são atendidos por grandes empresas”, reclama.

Para o consultor do Sebrae, José Ferreira, as empresas menores deveriam utilizar mais o serviço de tecnologia da informação. “É de suma importância. A TI deveria ser mais utilizada pelos pequenos para eles se tornarem mais competentes”, afirma.