Empresas de Ribeirão estão no radar dos investimentos internacionais

Companhias de outros países compram os produtos locais, negociam capital e até se instalam na cidade

A 28ª cidade mais rica do País tem chamado a atenção dos estrangeiros. Ribeirão Preto se tornou campo fértil para empresas que querem comprar produtos locais, investir seu capital e até se instalar por aqui.

Prova disso são empresas tradicionais do município passaram para as mãos de grupos estrangeiros, como aconteceu na transação entre a Companhia de Bebidas Ipiranga pela chilena Andina, anunciada no ano passado, no valor de R$ 1,2 bilhão. Outro exemplo desse interesse foi a venda de 60% da Santal para a norte- americana AGCO.

Além de adquirir empresas já existentes, grupos de fora também prospectam a região para a instalação de unidades.

Em novembro, a multinacional chinesa AYU Global Resources anunciou a escolha do Supera Parque de Inovação e Tecnologia como local para iniciar suas operações no Brasil. O investimento da empresa para a instalação em Ribeirão Preto deve chegar a R$ 7 milhões e serão gerados 50 empregos diretos.

Todo esse capital de fora deve ser visto de forma positiva, pois gera desenvolvimento, riqueza e emprego. Além disso, grupos mais fortes qualificam funcionários e ampliam a operação, o que é positivo para a sociedade.

Segundo o Ministério do Desenvolvimento, entre janeiro e novembro deste ano, Ribeirão exportou US$ 181,7 milhões, 12% a mais do que o valor referente ao mesmo período do ano passado (US$ 161,9 mi).
Alguns segmentos apresentam maior competência para interessar investimentos estrangeiros.

Na cidade, os setores que mais exportam e que mais atraem o capital de fora são o médico hospitalar e odontológico, produção de sementes agrícolas, alimentos e indústria metalúrgica.
Ainda de acordo com o Desenvolvimento, os principais países destinos dos produtos locais são Venezuela, Holanda, Argentina, Estados Unidos e Angola.

Chilena investiu R$ 1,2 bi em fábrica

E não são apenas nos nossos produtos que os ‘gringos’ estão de olho. Empresas tradicionais ribeirão-pretanas também atraem os estrangeiros.

Um belo exemplo é a transação entre a Companhia de Bebidas Ipiranga pela chilena Andina, anunciada no ano passado, no valor de R$ 1,2 bilhão.

Para Aldo Fernandes, diretor superintendente da Coca-Cola Andina Ribeirão Preto, o negócio foi muito importante para a cidade e região. “Tudo isso porque a empresa adquirida era umas das maiores em termos de faturamento e números de empregos.”

Segundo ele, hoje, a empresa continua sendo importante, na medida em que o faturamento aumentou e em algumas áreas, novas contratações foram feitas. “E para fevereiro de 2015 está previsto o início da operação de envase de água mineral em copos e estão sendo finalizados estudos para a produção de água mineral em garrafas pet.”

Além disso, Aldo diz que está prevista a contratação de mais 15 funcionários para o início do próximo ano.

“Ribeirão é uma cidade com ótima localização, tem boa qualidade da mão de obra, de infraestrutura, escolas, hospitais, aeroporto, boas estradas, rede médica e etc. Grandes atrativos para as empresas de fora.”

Produtos estão em alta no mercado externo

Os produtos da Dabi Atlante, de Ribeirão, estão em alta no mercado internacional. Tanto é que a empresa ligada ao setor odontológico exporta para os cinco continentes e possui vendas regulares para mais de 30 países.

Somente os Estados Unidos importam praticamente metade da produção dos aparelhos panorâmicos e tomógrafos da Dabi, por isso houve a necessidade de ampliação da área produtiva. O novo espaço na fábrica terá capacidade de triplicar a produção e atender a demanda crescente.

Segundo o superintendente da Dabi, Caetano Biagi, a ampliação mostra a necessidade de investimento em produtos com alto valor agregado, tecnologia própria e com condições de competir em mercados exigentes.

“Levamos o nome de Ribeirão para diversos países pela exportação de produtos de alta tecnologia. O crescimento das exportações comprova nossa qualidade”, diz o gerente de marketing, Vinícius Vitti.