01/04/07 15h03

Empresas crescem mais do que o PIB

Folha de S. Paulo - 01/04/2007

As 43,3 mil maiores empresas não-financeiras do país aumentaram em 4,7% o faturamento em 2006. O resultado é melhor do que a evolução do "novo PIB" do Brasil, que subiu 3,7% no ano passado. Além de um vigor acima do PIB (Produto Interno Bruto), os balanços dessas companhias revelam uma forte e prolongada recuperação em seus ganhos ao longo do governo Lula. Mostram também que o ritmo de crescimento do faturamento é mais acelerado no comércio -que se firma como um dos carros-chefes do crescimento- e que o dólar barato (a moeda desceu a R$ 2,04 na semana passada) prejudica o setor industrial e exportador. Ao mesmo tempo, o dólar fraco favorece o aumento da renda interna e, novamente, o comércio, já que importados e produtos agrícolas (commodities) ficam mais baratos para o consumidor brasileiro. Juntas, as 43,3 mil empresas pesquisadas faturaram em 2006 o equivalente a 60% do PIB. Os dados são da Serasa com base nos balanços de 10,4 mil empresas industriais, 18,8 mil comerciais e 14,1 mil de serviços -públicas e privadas, de capital aberto e fechado. Entre 2005 e 2006, foram as empresas comerciais as de melhor desempenho. O faturamento subiu 7,1%. No ramo de serviços, a alta foi de 4,7%. Na indústria, de 3,6%. Foi o segundo ano seguido em que o comércio ficou à frente (ele cresceu 7,4% entre 2004 e 2005). E também o segundo ano consecutivo em que a indústria ficou para trás (havia caído 3,6% entre 2004 e 2005). Apesar de crescerem aquém do comércio e dos serviços nos dois últimos anos, as indústrias (que são minoria na amostra) lideram em volume de faturamento. Juntas, ganharam R$ 622,7 bilhões (US$ 303,7 bilhões) em 2006, contra R$ 351,5 bilhões (US$ 171,4 bilhões) do comércio e R$ 409,6 bilhões (US$ 199,8 bilhões) dos serviços. A Serasa também comparou a evolução dos balanços dessas empresas nos três ramos de atividade em um período maior, a partir de 1999 (tomando 1998 como base 100 para a análise). De lá para cá, com a arrancada dos dois últimos anos, o faturamento do comércio cresceu 45,8%. Da indústria, 38,1%. Do setor de serviços, 19,5%.