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Empresários propõem novas regras ao BNDES

Valor Econômico - 17/07/2007

Preocupado em não perder o bonde do crescimento, o comércio varejista trata de aparar as arestas que podem dificultar seu acesso aos trilhos. O Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV) está propondo ao BNDES duas medidas para a ampliação do acesso ao crédito: a possibilidade de os empresários do setor usarem recebíveis como garantias a financiamentos e o fim do tratamento diferenciado a empresas que têm participação do capital estrangeiro. Estas só podem receber créditos corrigidos em moeda estrangeira. Emerson Kapaz, consultor estratégico do IDV que participou ontem de uma reunião com técnicos do banco liderados pelo diretor de Planejamento, João Carlos Ferraz. Sobre o uso de recebíveis como garantia, Kapaz diz que a proposta surgiu da constatação de que o varejo às vezes trabalha com dezenas de pontos de vendas, tem estoques gigantescos, mas nem sempre possui ativos capazes de dar sustentação a um pedido de financiamento à altura do seu movimento. Com a ajuda dos bancos Itaú e Unibanco, o IDV formatou uma proposta de utilização de recebíveis, especialmente aqueles oriundos das vendas em cartões de crédito que, segundo Kapaz, já são por si só garantidos. O IDV reúne 28 das maiores varejistas do país, como Wal-Mart, Pão de Açúcar, C&C, O Boticário, Bob's e McDonald's. Kapaz já havia feito uma reunião prévia com o chefe do Departamento de Comércio, Serviços e Turismo do BNDES, Carlos Eduardo Castello Branco, que participou também do encontro de ontem. Segundo Kapaz, o BNDES vai preparar o modelo operacional de como poderia ser o financiamento e as duas partes voltam, então, a se reunir.