04/05/07 14h54

Empresários invadem cafezais de SP

Gazeta Mercantil - 04/05/2007

A cafeicultura de São Paulo que no passado era dominada pelos "barões do café", está passando a ser dominada por grandes empresas. Os negócios conduzidos por grupos empresariais correspondem a 60% da produção paulista de café, que oscila entre 3,5 a 5 milhões de sacas de 60 quilos, dependendo do efeito da bianualidade dos cafezais. A estimativa é do pesquisador do agronegócio café do Instituto de Economia Agrícola (IEA), da Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo, Celso Luis Rodrigues Vegro. Segundo o pesquisador, os negócios na cafeicultura paulista são estimulados pelo interesse dos investidores em financiar projetos produtivos do agronegócio brasileiro, além da boa oferta de capital pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES), disponível para investimentos produtivos de longo prazo. Para Melo, os empresários são atraídos pela rentabilidade proporcionada pelo o aumento da produtividade, principalmente do café robusta que chega a ser de 100 sacas por hectare. Para o pesquisador do IEA, uma cultura se torna rentável se oferecer retorno anual mínimo de 12%. Levando-se em conta a produção nacional, o secretário-executivo do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro, diz que a pessoa física domina o plantio no Brasil, com 70%. O avanço da participação empresarial no cultivo de café não prejudica o pequeno agricultor que pode contar com a própria mão-de-obra e fontes oficiais de financiamentos, diz. Para o analista da Safras & Mercado, Gil Barabach, essa mudança ocorre em toda a agricultura. "As empresas agrícolas têm visão de mercado e fica de olho na redução de custos".